Casas, lagos e pessoas: relações de alteridade, mobilidade e territorialidade Paumari no Rio Tapauá

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vieira, Angélica Maia
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/0447344144309542
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Antropologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10593
Resumo: Esta tese consiste na etnografia dos Paumari do rio Tapauá, localizados no sudoeste do estado do Amazonas, a montante do município de Tapauá e Canutama. Falantes de uma língua da família linguística arawa, encontram-se distribuídos aos longos dos lagos, várzeas e pé de terra firme situados nas Terras Indígenas Paumari do Lago Manissuã, Lago Paricá e Rio Cuniuá. Dos povos que habitam a Bacia do rio Purus, os Paumari são conhecidos pela intrínseca relação com o universo aquático, que é observada em vários aspectos de sua vida cotidiana. Assim, os sistemas de moradia, a ocupação de lagos, manejo de plantas em canteiros fluviais, técnicas de pesca diversificadas (de peixes, quelônios, peixe-boi e pirarucu) e produção de grafismos e rituais compõem o conjunto de aspectos socioculturais que sinalizam esta relação. E ao refletir sobre ela, a abordagem adotada destaca em primeiro plano as trajetórias dos Paumari, Mamori e Jobiri no rio Tapauá, tomada como análise essencial a compreensão da dinâmica social dos grupos/coletivos que habitam a região. A partir daí, abordo aspectos da vida cotidiana Paumari que se entrelaçam a dinâmica de ocupação dos lagos, marcado por um sistema de moradias flutuantes e de casas palafitas construídas sobre as várzeas e pé de terra, além dos sistemas de cultivo em canteiros flutuantes, canoas e beiradões da várzea, além da perspectiva que concebe a noção nativa de “território”, que ao longo do processo político e administrativo de reivindicação e demarcação de suas áreas, solicitavam com frequência a demarcação de lagos, praias e outros caminhos aquáticos. Longe de ser um domínio isolado, o universo aquático relacionasse a outros elementos do mundo, que constituem, como dizem os Paumari, a marca principal do Povo das Águas.