Análise geoestrutural de colapso sísmico em trecho do Rio Amazonas e suas implicações para a comunidade da Costa da Águia, Parintins (AM)
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Geografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8262 |
Resumo: | O presente trabalho aborda um complexo fenômeno ocorrido no leito do rio Amazonas, 30 km à montante da cidade de Parintins, no extremo leste da Enseada da Saracura, onde um colapso sísmico intra-rio teria provocado um efeito devastador na margem, causando sérios danos à comunidade ribeirinha local. Na ocasião, uma onda de aproximadamente 6 m de altura pôde ser vista erguendo-se do meio do rio logo após um forte estrondo, que, seguida por outras ondas menores, provocaram grande devastação na margem direita. Simultaneamente a tudo isso, ocorria o abatimento de um grande volume do pacote sedimentar também da margem direita, formando uma enseada semicircular com 620 m de frente por 480 m de fundo na Costa da Águia, afetando diretamente 130 pessoas além de provocar a morte de um agricultor. O episódio ficou conhecido como Evento Saracura da Costa da Águia. O trecho em questão encontra-se em uma concavidade meandrante com abertura para nordeste, inserida em uma zona sismogênica, cuja falha geológica controla o rio e seu grande e complexo sistema flúvio-lacustre. Segundo os moradores locais, a região vem sendo palco de recorrentes eventos de terras caídas de grandes proporções, que, segundo eles já aconteceram nos anos de 1973, 1994, 1997 e 2007. Por conta disso, tanto a prefeitura como a defesa civil concluíram que a Costa da Águia deveria ser imediatamente evacuada, o que nunca aconteceu devido ao descontentamento da população frente às propostas de realocação sugeridas pelo Poder Público. A pesquisa teve como objetivo principal compreender o complexo fenômeno ocorrido no leito do rio Amazonas, bem como suas implicações socioeconômicas para a comunidade da Costa da Águia. Para isso, os procedimentos técnico-metodológicos adotados consistiram no mapeamento do leito do rio por meio de medições batimétricas; interpretação de imagens SRTM; interpretação em imagens multiespectrais do satélite Landsat 8; composição colorida e sobreposição vetorial de imagens adquiridas por meio de sensoriamento remoto disponibilizadas pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais); coleta de material das margens para análise granulométrica; levantamento de informações de instituições e órgãos públicos e entrevista com os moradores. A análise dos sedimentos e as observações de campo revelaram que o trecho é composto por feixes de cinturões de sedimentos holocênicos incoesos, a própria margem direita caracteriza-se por ser uma várzea baixa, subsidente e propícia a abatimentos. A interpretação geológico-estrutural revelou que a área do Evento Saracura se encontra na intersecção de dois trends estruturais (Falha Saracura e Lineamento Arari), subsidiando a hipótese de que o evento teria sido um reflexo de uma possível movimentação de transcorrência destral com basculamento para o sul, intra-rio. Em linhas gerais, almeja-se que o presente trabalho contribua para o fortalecimento do debate acerca da influência que fator estrutural-neotectônico exerce sobre a paisagem fluvial amazônica. |