Flor do Carmelo: o céu e os inferninhos na festa da padroeira de Parintins, no Amazonas.
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7375 |
Resumo: | Esta pesquisa tem a intenção de verificar em que sentido ocorre o hibridismo no contexto da religiosidade popular dedicada à Virgem do Carmelo, em Parintins, no estado do Amazonas, dando especial relevo à festa em honra desta Santa. A ação lusitana na Amazônia no século XVII encarregou-se de realizar a proliferação das festas religiosas em torno da devoção aos santos padroeiros. O sincretismo cultural ocorrido nesta região justifica a presença de uma religiosidade popular que possui uma estreita relação entre a Mãe de Jesus e os elementos da natureza, fazendo sobressair o arquétipo materno associado à Mãe Natureza. A pesquisa assumiu o aporte teórico-metodológico das Ciências Humanas e Sociais, num diálogo interdisciplinar, em especial entre a Filosofia, História e Sociologia, tendo como suporte de campo a etnografia. O locus desta pesquisa é a área que compreende a Paróquia Nossa Senhora do Carmo, pertencente à Diocese de Parintins, localizada no Baixo Amazonas, mais especificamente, a praça da Catedral e o seu entorno. Dentre os múltiplos resultados revelados ficou patente o fato de a festa de Nossa Senhora do Carmo constituir-se no evento religioso de maior expressividade no Amazonas. A festa mobiliza os diversos setores da sociedade parintinense, incluindo o comércio e as ações profanas consignadas nos inferninhos das transgressões, que se constituem no seu entorno. Essa religiosidade popular expressa na devoção à Virgem do Carmo, contribuiu para a criação do Festival Folclórico de Parintins, momento em que as rivalidades das torcidas dos bumbás Garantido e Caprichoso são apaziguadas. Os artistas do festival se juntam para fazer as alegorias dos festejos, estilizando a práxis artística nas atividades religiosas da festa. O auto da Compadecida na Amazônia revela que Maria é a Mãe Misericordiosa que acode e acolhe todos os filhos e filhas que acorrem a ela, socorrendo-os em suas dores, aflições e necessidades. Isto nos leva a perceber, à guisa de conclusão, que a Amazônia é governada por um princípio feminino consubstanciado nas festas de Nossa Senhora do Carmo, no Amazonas, e Nossa Senhora de Nazaré, no Pará. |