Padrão de atividade, mudanças no uso de substrato e efeitos da chuva diurna na atividade noturna de Phoneutria reidyi (Araneae: Ctenidae) na Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Almeida, Marlus Queiroz
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/0518530666893486
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Diversidade Biológica
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5454
Resumo: Aranhas errantes são modelos para a compreensão da ecologia de predadores, mas o conhecimento sobre a sua ecologia ainda se baseia em poucas espécies, principalmente de regiões temperadas. A ocorrência de chuva é frequente em florestas tropicais úmidas, entretanto, a influência sobre o comportamento de aranhas errantes é praticamente desconhecida e faltam estudos sobre a coexistência intraespecífica em espécies em que o canibalismo pode ser uma interação importante. Durante 16 meses foi realizado 19 excursões para obter dados sobre padrão de atividade, uso de substratos, dieta e efeito da chuva diurna sobre a atividade noturna da aranha errante Phoneutria reidyi (Ctenidae) em uma plantação de coqueiros no município do Rio Preto da Eva, e mais 30 dias de coletas de dados destas aranhas no fragmento florestal do campus da Universidade Federal do Amazonas em Manaus, para verificar o efeito da chuva diurna na atividade das aranhas em floresta de terra firme. As contagens das aranhas foram realizadas em dois intervalos de horário do período noturno, início da noite (19:00 às 23:59h) e final da noite (01:00 às 04:00h), além de obter dados sobre o uso de substrato e da dieta em aranhas de diferentes estágios de desenvolvimento. Para verificar o efeito da chuva na atividade de forrageio das aranhas, comparamos o número de aranhas ativas em 30 pares de noites subsequentes, cada par com uma noite depois de uma chuva diurna e outra sem chuva diurna. Houve uma redução na atividade das aranhas no final do período noturno, no entanto, não encontramos evidencia de segregação temporal entre indivíduos de tamanhos diferentes, indicando que as aranhas pequenas não estão forrageando em horário diferentes para evitar a competição por recursos ou o canibalismo por aranhas maiores. Entretanto, encontramos uma mudança no uso de substrato de forrageio e na dieta destas aranhas na fase final do seu desenvolvimento. Sugerimos que a causa da diferença no uso de substrato de forrageio seja que as aranhas menores evitam palmeiras para reduzir a probabilidade de canibalismo nesta população onde a densidade desta espécie é alta. Ocorreu redução da atividade noturna das aranhas em dias com chuvas diurnas em ambas as áreas estudadas (plantação e floresta). Discutimos as potências causas e consequências do efeito da chuva diurna sobre o comportamento das aranhas e a necessidade de levar isso em contar em estudos ecológicos com bases em censos visuais e armadilhas de queda. Este estudo contribuiu para mostrar que a mudança no uso de substratos de forrageio pode contribuir para reduzir a predação intraespecífica de P. reidyi e para mostrar a importância da chuva sobre o comportamento desta espécie, que pertence a um dos gêneros de aranhas de maior interesse médico do mundo, e cuja ecologia ainda é pouco conhecida.