Atores de proteção ao suicídio em jovens indígenas da etnia Baniwa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Luciano, Geana Batista
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/0753650981579368, https://orcid.org/0000-0002-8110-9539
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9740
Resumo: O suicídio indígena apresenta números expressivos e tornou-se um problema grave de saúde pública, destacando-se no seu número elevado, em mais de duas vezes na população nativa em comparação entre os não indígenas, comprovando a fragilidade da população. Entretanto, é necessário que busquemos olhar por um outro lado, onde se considera os fatores protetivos, preventivos ou como dizemos atualmente o Bem Viver indígena, de modo a fortalecer os mecanismos que protegem a vida indígena. Adotando a perspectiva da Psicologia Indígena e da Psicologia Social, nosso objetivo geral foi: analisar os fatores de proteção ao suicídio entre jovens indígenas Baniwa do município de São Gabriel da Cachoeira/AM. Objetivos específicos: a) caracterizar o perfil dos jovens Baniwa participantes da pesquisa; b) apreender a compreensão sobre suicídio para os indígenas Baniwa; c) identificar os fatores de proteção ao suicídio entre os jovens Baniwa no município de São Gabriel da Cachoeira. Esta pesquisa foi do tipo qualitativa, descritiva e colaborativa. Utilizou-se como instrumentos: 1. conversas informais, em um primeiro momento; 2. entrevista individual aberta, na qual possibilitou a coleta de dados e das informações. Realizamos 9 entrevistas, sendo 5 com os mais velhos (49-62 anos; 1 homem, 4 mulheres) e 4 com jovens (18-26 anos; 2 homens, 2 mulheres), que se enquadraram nos critérios de inclusão e se disponibilizaram a colaborar. A análise foi de conteúdo, na qual identificamos três categorias: 1. Considerações sobre o suicídio para os mais velhos e os jovens (estrago, feitiço ou praga; falta de apoio familiar; bebidas alcoólicas e drogas); 2. Fatores de proteção ao suicídio (unidade familiar fortalecida; buscar ajuda; educação tradicional e ocidental; enfrentamento do consumo de bebida alcoólica e/ou outras drogas; religião; valorização dos saberes tradicionais para o fortalecimento do bem viver); 3. A busca do Bem Viver Indígena Baniwa como fator protetivo (a roça, o pescar e o caçar; o território, a floresta e os rios; vida comunitária; saúde; ações coletivas; estabelecimento de metas e objetivos). Concluimos que no contexto urbano de São Gabriel da Cachoeira os jovens Baniwas possuem fatores de proteção que os auxiliam em seu bem viver e que os salvaguardam diante do contexto epidêmico de suicidio na região. Os próprios indígenas rionegrinos possuem uma compreensão do que é o suicídio para eles, os fatores protetivos utilizados por eles e a interligação com o bem viver. Isso tudo fortaleceu nossas leituras à partir da Psicologia Indígena.