Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Azevedo-Pereira, Hellen Aparecida de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-12072023-101937/
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Resumo: |
Introdução: As violências podem atingir de maneiras diversas os diferentes seguimentos populacionais. As mulheres negras têm maior probabilidade de sofrerem violência institucional obstétrica e podem apresentar maiores desafios para iniciar e manter o aleitamento materno. Objetivos: Identificar a ocorrência da violência institucional obstétrica entre as participantes; identificar o aleitamento materno exclusivo; verificar a existência de associação entre a violência obstétrica e o quesito raça/cor; verificar a existência de associação entre a violência obstétrica e a duração do aleitamento materno exclusivo e; verificar a existência de associação entre o aleitamento materno exclusivo e a raça/cor autorreferida, para as mulheres que sofreram violência institucional obstétrica. Material e método: Trata-se de um estudo observacional, transversal, descritivo e analítico, que teve a coleta de dados realizada de forma online, através das mídias sociais no período de novembro de 2020 a fevereiro de 2021. A amostra foi definida por conveniência, tendo como critério de inclusão: mulheres que estavam com seis meses pós-parto, que tinham acesso a mídias sociais com uso de smartphone e que aceitaram o convite online para a pesquisa; e os critérios de exclusão foram: mulheres com filhos que necessitavam de cuidados especiais para amamentação, com patologias que impediam a amamentação e com deficiência auditiva, visual ou cognitiva. Para a coleta de dados foram utilizados três instrumentos: o primeiro sobre os dados de identificação e caracterização das participantes, o segundo foi o Questionário de Avaliação de Violência no Parto, e o terceiro sobre amamentação. Para análise dos dados foi utilizado o software R, versão 4.0.4 e considerado o nível de significância 5% (p<0,05). O estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa vinculado à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Resultados: Participaram do estudo 241 mulheres com idade média de 31,97, a maioria brancas, pós-graduada, com religião, exercendo trabalho remunerado fora do lar, com companheiro e casa própria. Em sua maioria provenientes da região sudeste, recebendo de 4 até 20 salários mínimos e recebendo ajuda nos cuidados para com a criança. A maioria das mulheres, 71,37%, estava em aleitamento exclusivo. A maioria das mulheres, 88,80%, foram identificadas como tendo sofrido violência institucional obstétrica, dentre elas 28,97% eram negras e 71,03% não negras. Não houve associação significativa entre as variáveis violência obstétrica e raça/cor (p=0,8811). Dentre as que sofreram violência obstétrica (n=214), 70,09% estavam realizando aleitamento exclusivo; para a associação dessas duas variáveis não houve resultado estatisticamente significativo (p=0,15662). Para essas mulheres, a associação entre aleitamento materno exclusivo e a variável raça/cor não apresentou resultado estatisticamente significativo (p=0,822). Verificou-se ainda que, para as mulheres que sofreram violência, houve associação significativa entre a raça/cor e o nível de escolaridade (p<0,001) e a renda (p<0,001). Conclusões: A violência institucional obstétrica foi expressiva no presente estudo e, embora os resultados não tenham apresentado associação com o aleitamento materno e com a raça/cor, sabe-se que essa violência, assim como o racismo, tem influência deletéria na saúde e segurança materna. Assim, sugerem-se novas pesquisas que considerem a ótica racial e a interseccionalidade, além de educação continuada para os profissionais que prestam assistência às mulheres, afim de melhorar os indicadores de saúde e de promover uma maternidade segura e um processo de aleitamento materno favorável. |