mpactos socioambientais em áreas de várzea : transformações na paisagem pela perda de floresta na Amazônia Central
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Centro de Ciências do Ambiente Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10705 |
Resumo: | A Amazônia é reconhecida mundialmente por sua vasta biodiversidade e pela complexidade de seus ecossistemas, desempenhando um papel crucial na regulação do clima global e na conservação da biodiversidade. Dentro dessa vasta região, as áreas alagáveis, especialmente as várzeas, destacam-se por sua produtividade e dinâmica ecológica. As várzeas são planícies de inundação influenciadas por rios de águas brancas, ricos em sedimentos, como o Amazonas, Solimões e Madeira, que periodicamente alagam e depositam matéria orgânica e nutrientes, promovendo a fertilidade dos solos e a riqueza biológica. Historicamente, essas áreas atraíram a ocupação humana devido à abundância de recursos naturais, sendo fundamentais para a subsistência das populações ribeirinhas e para o desenvolvimento econômico regional. No entanto, o avanço da modernidade e o aumento da pressão antrópica, como desmatamento, agropecuária e construção de barragens, têm provocado significativas alterações na paisagem de várzea e nos modos de vida das populações locais. A perda de florestas de várzea não apenas ameaça a biodiversidade, mas também compromete a resiliência dos ecossistemas e os serviços ambientais essenciais, como a pesca e a agricultura. Neste contexto, esta tese teve como objetivo central analisar as transformações na paisagem das várzeas da Amazônia Central ao longo das últimas décadas e os impactos socioambientais resultantes, focando na relação entre as alterações ambientais e a percepção das comunidades ribeirinhas. Para compreender a transformação no uso dos recursos naturais em áreas de várzea, foi realizada uma pesquisa documental e bibliográfica sobre a exploração histórica dos recursos pesqueiros. Os resultados indicaram que o uso intensivo e a chegada dos europeus levaram à sobre-exploração de recursos como o pirarucu e o peixe-boi, contribuindo para o declínio dessas espécies. Na revisão sistemática de literatura realizada para identificar e descrever os impactos da remoção da floresta de várzea, utilizaram-se bases de dados como Science Direct e Scopus, identificando-se impactos como alterações no ciclo hidrológico, aumento da concentração de sedimentos, desmatamento e construção de barragens. Esses impactos afetam tanto os ecossistemas quanto as populações ribeirinhas. Na caracterização da paisagem de várzea, foram usados dados geográficos e imagens de satélite para analisar as formações geomorfológicas e a variação do nível dos rios na área de estudo. A caracterização revelou mudanças significativas na estrutura da paisagem, com implicações diretas na dinâmica ecológica da região. Para mapear e quantificar as transformações na paisagem ao longo de 20 anos e correlacioná-las ao índice ENSO, foram utilizados dados de sensoriamento remoto, como imagens de satélite. A análise de correlação demonstrou que eventos climáticos, como o El Niño, estão associados ao aumento de queimadas e desmatamento na região. A percepção das mudanças na paisagem pelas populações ribeirinhas foi captada através de formulários estruturados e da escala Likert, indicando que as comunidades percebem claramente as alterações na paisagem, corroborando as evidências científicas sobre a degradação das florestas de várzea. Esses resultados destacam a importância crítica das áreas de várzea na Amazônia e a necessidade urgente de ações coordenadas para sua conservação e manejo sustentável. É imperativo adotar medidas coordenadas para conservar e manejar sustentavelmente as florestas de várzea da Amazônia. Isso inclui ações para combater o desmatamento, restaurações ecológicas, promoção de práticas agrícolas sustentáveis e de baixo carbono e envolver as comunidades locais na gestão dos recursos naturais. |