Narrativas de professoras amazônidas sobre gênero e sexualidade
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Educação Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9951 |
Resumo: | Abordar o tema gênero e sexualidade na escola tornou-se algo polêmico em decorrência do cenário político instaurado nos últimos anos no Brasil. Como objetivo geral, esta pesquisa buscou compreender as narrativas de professoras amazônidas sobre gênero e sexualidade, identificando as estratégias de resistência utilizadas para lidar com o assunto no contexto escolar e, como objetivos específicos: a) evidenciar de que maneira a articulação com o currículo organiza essa discussão na escola, identificando as orientações político-institucionais para lidar com esse assunto em sala de aula; b) compreender os dispositivos utilizados pelo conservadorismo brasileiro para ordenar as políticas públicas de educação no Amazonas; c) identificar quais os atravessamentos históricos e culturais que decorrem das narrativas das professoras ao falar sobre gênero e sexualidade. O avanço conservador e fundamentalista religioso sobre a Educação, não ocorreu de maneira isolada e recente. É resultado de um processo histórico que criou um cenário favorável à instauração de uma “onda conservadora” sobre a democracia do país. A estratégia metodológica ocorreu com o uso do método dialógico temático de abordagem qualitativa, realizado através de entrevistas narrativas com duas professoras da educação básica de escolas públicas da rede estadual de ensino. A análise temática (AT) de Braun e Clarke foi usada para identificar, analisar, interpretar e relatar padrões a partir das informações coletadas. A ofensiva conservadora sobre as pautas da Educação, tornou-se evidente com a supressão dos termos “identidade de gênero” e “orientação sexual” da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o surgimento de movimentos como o Escola sem Partido e Homeschooling. Alinhados a empresários da educação, grupos conservadores buscam a privatização do ensino público e a militarização de escolas, orientando a educação para uma concepção tecnicista, utilitária, mercadológica e conservadora. Os resultados da pesquisa apontam que a secretaria estadual atua numa perspectiva evitativa que não permitem que professores abordem os temas explicitamente em sala de aula, não constroem e não autorizam quaisquer apoio institucional que dê suporte a professores e alunos relacionados a essa pauta. Há um verdadeiro alinhamento político ideológico no Estado, capitaneada por políticos conservadores e religiosos, que atuam a partir de linhas de força moral. Como forma de resistência as professoras fazem uso do curriculo oficial e inserem a temática de modo diretivo e sutil utilizando episódios do cotidiano escolar. Performam estratégias individuais e coletivas, conforme a realidade de cada escola criando brechas e colaborando para que os alunos se tornem sujeitos mais críticos e reflexivos de sua realidade social. Por fim, os alunos também emergiram como elementos da pesquisa com a utilização de estratégias coletivas para denunciar casos de abuso sexual na secretaria de educação. |