Atenção ao parto e nascimento em Manaus: um olhar para as denúncias de Violência Obstétrica registradas pelo Humaniza Coletivo Feminista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Corrêa, Ana Paula Dias
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5948684455633578
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Serviço Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9492
Resumo: Esta pesquisa assumiu o propósito de realizar um estudo sobre a atenção ao parto e nascimento na cidade de Manaus, a partir das denúncias registradas pelo Humaniza Coletivo Feminista, Organização Não Governamental de mulheres que promove o enfrentamento à violência obstétrica no Amazonas. A violência obstétrica é uma das expressões da violência contra a mulher, fundamentada no sistema patriarcal e nas desigualdades de gênero. Trata-se de um conjunto de ações praticadas principalmente por profissionais de saúde, no contexto da atenção ao parto e nascimento, que ferem a integridade das mulheres, podendo também atingir o bebê, o acompanhante e a família. Ao longo da última década, houve um esforço, principalmente por parte dos movimentos de mulheres, em realizar debates e estudos sobre o tema, para traçar estratégias de enfrentamento. No Amazonas, a primeira associação de mulheres voltada para a luta por uma assistência ao parto e nascimento livre de violência teve início em 2014. Atualmente initulada Humaniza Coletivo Feminista, a organização se constitui num canal de recebimento e encaminhamento de denúncias. A condução metodológica desta pesquisa assumiu as orientações das abordagens qualitativas, sem desconsiderarmos os aspectos quantitativos, sob o aporte das teorias de gênero e seu contexto no âmbito das Ciências Sociais Aplicadas. Os procedimentos técnicos utilizados na coleta dos dados empíricos se ativeram na realização de entrevista semiestruturada junto a uma amostra de 03 mulheres, 02 representantes de movimentos sociais e 01 pesquisadora sobre a temática da violência obstétrica. Os dados secundários perfizeram uma amostra de 15 denúncias de violência obstétrica registradas junto ao Humaniza Coletivo Feminista. A investigação revelou a existência e recorrência da violência obstétrica nas maternidades públicas e privadas de Manaus. Esta violência apresenta-se relacionada à posição social da mulher numa sociedade machista e patriarcal, com o agravante de que, no âmbito das instituições de saúde, as gestantes e puérperas encontram-se suscetíveis a intervenções não fundamentadas em evidências científicas, praticadas de forma arbitrária, privilegiando os interesses dos profissionais. Deve-se reconhecer, não obstante, que o Estado do Amazonas tem apresentado estratégias pioneiras no enfrentamento à violência obstétrica, com participação significativa do Humaniza Coletivo Feminista, que contribui para dar vibisilidade ao tema.