Não mate a mata: visões ambientais precursoras na obra musical de Adelson Santos
Ano de defesa: | 2017 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Ciências Agrárias Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6342 |
Resumo: | Há pelo menos 35 anos a composição Argumento tornou-se uma das mais conhecidas obras do cancioneiro amazonense pelo nome de Não mate a mata, desde que recebeu seu primeiro registro fonográfico no LP Compacto Simples Adelson (1980) e passou ser tocada nas principais rádios amazonenses. De autoria do cantautor manauara Adelson Santos, a obra é reconhecida por artistas e apreciadores da música local como uma verdadeira ode à conservação ambiental na Amazônia. A canção atingiu reconhecimento social apenas em 1980, posicionando Adelson Santos como o mais representativo “cantautor ecológico” amazonense. O contexto sociocultural no qual este artista começou a refletir sobre a problemática ambiental por meio de sua música, esteve marcado por uma série de eventos importantes para a consolidação do Movimento Ecológico em todo o mundo. Em seus mais de 40 anos de criação, a referida peça musical tem demonstrado seu caráter precursor e atemporal, metamorfoseando-se em arranjos desde o Boi-bumbá ao Jazz instrumental, de releituras de realizadas por artistas de diversas gerações e segmentos musicais distintos no Estado do Amazonas. Com a realização deste estudo, objetivamos muito mais do que realizar apenas um inventário das canções ecológicas de Adelson Santos, analisar sob a perspectiva da etnomusicologia e da antropologia da performance musical sua mais importante obra Argumento, ou simplesmente, reconstruir traços configurativos de sua biografia para comprovar a sua condição de sujeito ecológico. A crítica radical à crise ambiental contida na obra de Adelson Santos é vista por nós como mais uma possibilidade para reafirmar a posição de centralidade da Cultura na discussão sobre o Desenvolvimento Sustentável em todo o mundo no pós-2015. Ao buscarmos estabelecer uma interface entre a produção de sons musicais, natureza e sustentabilidade, estamos também criando um espaço para a valorização de múltiplos discursos e saberes, bem como dos inúmeros sujeitos ecológicos existentes fora de uma tradição naturalista, uma vez que a Ecologia, nos dias atuais, se assume como ideia migrante, encontrando-se em posição bastante próxima aos movimentos sociais. Ao revelarmos estes sujeitos ecológicos fora das áreas do conhecimento de tradição naturalista, queremos provocar uma discussão acerca vocação interdisciplinar e agregadora das Ciências do Ambiente, bem como, da própria Música a partir da novíssima orientação teórica proposta pela Ecomusicologia e, também, do já consolidado campo da Etnomusicologia. Fomentamos com isto uma discussão acerca da ecologia de saberes e, ainda, novas perspectivas para a reforma do pensamento científico e a desconstrução dos velhos modelos da tecnociência que ainda impedem a existência de uma reciprocidade entre as diversas formas de reproduzir e conhecer o mundo em que vivemos. |