Saberes e modos de fazer objetos artesanais na reserva de desenvolvimento sustentável Amanã: um estudo da cultura material ribeirinha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Sousa, Marília de Jesus da Silva e
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/0340816209069718
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Museu Amazônico
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Antropologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3945
Resumo: O presente trabalho analisa o contexto social da produção de objetos artesanais em três localidades ribeirinhas: Belo Monte, São José do Urini e Sítio Cachimbo, todas situadas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, região do Médio Solimões, Estado do Amazonas. Nestes três lugares um conjunto de objetos artesanais (paneiro, peneira, abano, balaio, vassoura, remo, canoas, louças de barro entre outros) é produzido tradicionalmente. O estudo etnográfico identifica o conjunto de objetos produzidos e utilizados, os artesãos envolvidos nesta atividade, as matérias-primas empregadas, as estratégias produtivas, os arranjos comerciais e o contexto de ensino e aprendizagem deste saber. Assim, entre as comunidades estudadas, percebe-se que os objetos são destinados para uso e conforto doméstico, atividades agrícolas, extrativistas e pesqueiras e são comercializados em comunidades próximas e nos municípios de Tefé e Alvarães. Neste contexto, os paneiros, as peneiras, os remos e as canoas assumem status diferenciado no conjunto de objetos identificados, pois, a importância que estes possuem no uso cotidiano ribeirinho e a sua entrada no circuito de trocas e vendas, confere-lhes um valor de uso e de troca mais amplo no contexto econômico local. Com a venda desses objetos, as famílias produtoras conseguem assegurar uma fonte de renda importante na economia doméstica local já que, dependendo da época do ano, esta renda pode significar a sua principal fonte de sustento. Ademais, a produção e comercialização dos objetos artesanais envolvem uma rede de relações sociais, por meio da qual circula, além dos objetos, um conjunto de práticas e saberes de fazer objetos artesanais. Estas práticas e saberes carregam a marca de um fazer manual que está sendo repassado geracionalmente por meio das relações sociais de parentesco. Portanto, o reconhecimento destes saberes possibilita não só a promoção e o fortalecimento desta expressão cultural dentro das próprias comunidades produtoras como a difusão local desta prática.