Marcadores de Lesão Cardíaca em pacientes vítimas de envenenamento botrópico
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Ciências Farmacêuticas Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10507 |
Resumo: | No Brasil, os envenenamentos ofídicos são mais prevalentes na região amazônica, caracterizada por áreas remotas de difícil acesso que dificultam o tratamento adequado e exacerbam o quadro de envenenamento. As toxinas dos venenos das serpentes, como as metaloproteinases, causam lesão aguda das células musculares ao interferir nos fatores de coagulação e na função plaquetária. Além das metaloproteinases, as fosfolipases também desempenham um papel crucial nas lesões cardíacas, sendo responsáveis pela degradação de fosfolipídios nas membranas celulares, levando à ruptura celular e à morte de células musculares cardíacas, o que pode agravar ainda mais o dano cardíaco em casos de envenenamento. O objetivo deste estudo foi descrever os níveis dos marcadores de lesão cardíaca: proteína de ligação a ácidos graxos do tipo cardíaco (FABP3), creatina quinase MB (CK-MB), peptídeo natriurético do tipo B (NTproBNP) e troponina I no envenenamento por Bothrops atrox. O estudo observacional foi conduzido com 80 pacientes vítimas de envenenamento por B. atrox tratados num hospital de referência em Manaus, na Amazônia brasileira. Os pacientes foram avaliados nos tempos T0 (antes da administração do soro antiofídico) e T48 (48 horas após), com processamento das amostras em duplicata para a detecção e medição de enzimas cardíacas circulantes pelos biomarcadores cardiovasculares. Foram incluídos 80 pacientes com envenenamento botrópico e 20 doadores saudáveis como grupo controle. Os resultados mostraram que os parâmetros de hemostasia estavam alterados na admissão (T0), mas retornaram ao normal em 48 horas (T48). O biomarcador FABP3 estava significativamente elevado em T0 (P<0,001), reduzindo-se em T48. Na correlação entre os marcadores cardíacos e de hemostasia, em T0, alfa 2-antiplasmina foi negativamente correlacionada com FABP3 (P=0,017), enquanto FDP (P=0,051), fator tecidual (P=0,022) e fator VII foram positivamente correlacionados com troponina I (P=0,008) e o fator X foi negativamente correlacionado com CKMB (P=0,045). Apenas FABP3 correlacionou-se positivamente com os níveis séricos de veneno de Bothrops em T0 (P=0,040) e T48 (P=0,034). Esses resultados preliminares indicam uma associação significativa entre a coagulopatia induzida pelo envenenamento botrópico e a lesão cardíaca. Concluímos que o monitoramento dos biomarcadores cardíacos é crucial para a avaliação do risco de lesão cardíaca em pacientes afetados, o que pode contribuir para um manejo clínico mais eficaz e direcionado. |