Avaliação da fruta do milagre (Synsepalum dulcificum Shumach. & Thonn. Daniell) e sua glicoproteína miraculina para novas aplicações biotecnológicas
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas Brasil UFAM Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10490 |
Resumo: | A fruta do milagre (Synsepalum dulcificum) possui uma glicoproteína chamada miraculina que se liga aos receptores gustativos e provoca a percepção de doçura em resposta ao pH ácido. Este trabalho tem o objetivo de determinar o potencial biotecnológicos dos compostos bioativos presentes na fruta do milagre (Synsepalum dulcificum). Os frutos foram adquiridos no Centro de Referência em Agroecologia. Foi realizado biometria por aferição e a análise físico-química foi conforme as técnicas utilizadas pelo Instituto Adolfo Lutz para os seguintes parâmetros (pH, umidade, cinzas, proteína, lipídios, carboidratos, SST, ATT e vitamina C por redução de íons cúpricos). Os minerais foram determinados por fluorescência de raios X por dispersão de energia (EDXRF). Foi avaliado os teores de fenóis totais pelo método de Folin-Ciocalteu, flavonoides totais com o padrão de quercetina e a capacidade antioxidante por DPPH e ABTS de extratos aquosos obtidos a frio (ExtA/EF) e a quente (ExtA/EQ). A citotoxicidade foi avaliada frente a linhagem de célula normal MRC5 pelo método Alamar Blue. A purificação da miraculina presente no pericarpo da fruta, tanto em seu estágio semi-maduro quanto maduro, foi realizada utilizando cromatografia de camadas por íons metálicos imobilizados (IMAC) com Ni-NTA agarose. Foi quantificado o teor de miraculina por fluorescência de qubit. A massa bruta do fruto foi de 1,4 g, sendo que o peso médio do pericarpo foi de 1,1g. O tamanho longitudinal e transversal foi de 19,5 e 10,4 mm, respectivamente. O bioativo apresentou um rendimento de 19,9% e umidade de 8,25%. A composição centesimal apresentou os seguintes teores: umidade (81,03%), cinzas (2,35%), lipídios (6,02%), proteína (4,02%) e carboidratos com 6,58%. O valor calórico médio do pericarpo foi de 96,5 Kcal/100g. A fruta apresenta um pH de 3,39, ATT (3,36%) e SST de 13,77° Brix. A concentração de ácido ascórbico (vitamina C) foi de 12,9 mg/100 g. O elemento de maior concentração em massa identificado foi o K com 165,91 mg/100g, seguido pelo Ca com 26,56 mg/100g, Fe (20,45 mg/100g), S (7,52 mg/100g), P (5,88 mg/100g), Cr (3,29 mg/100g), Si (2,59 mg/100g), Rb (1,65 mg/100g) e Zn (1,18 mg/100g). Os resultados para os fenóis totais foram de 3,1% (ExtA/EF) e de 3,7% para o ExtA/EQ, porém, sem significância estatística. Em relação aos flavonoides totais, o ExtA/EF apresentou 0,7%, valor significativamente superior ao ExtA/EQ, que foi de 0,6%. A capacidade antioxidante, medida pelo método DPPH, não demonstrou significância, apresentando 40,2% para exta/EF e 37,7% para o ExtA/EQ. No entanto, pelo método ABTS, o ExtA/EF obteve 55,3%, significativamente maior que o ExtA/EQ, que apresentou 36,3%. O IC50 do ExtA/EF pelo método ABTS foi calculado, sendo 89,6%. O pericarpo não apresentou citotoxicidade. O teor de miraculina foi de 0,203 mg/mL no estágio semi-madura (fase de viragem) e de 0,232 mg/mL, na maturação completa. Portanto, o estudo concluiu que a fruta do milagre (Synsepalum dulcificum) é fonte em vitamina C para mulheres adultas, possui o potássio como principal elemento. Sendo a extrato Aquoso por extração a frio (ExtA/EF) o mais eficaz para obter flavonoides com alto potencial antioxidante. A miraculina foi mais abundante em frutos maduros, e a fruta não apresentou citotoxicidade. Esses resultados destacam seu potencial para aplicações biotecnológicas, como fármacos, cosméticos e suplementos alimentares com propriedades edulcorantes. |