Prevalência de sintomas osteomusculares e síndrome de Burnout em cirurgiões que atuam na cirurgia vídeo assistida no município de Manaus-Amazonas
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Medicina Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Cirurgia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8986 |
Resumo: | JUSTIFICATIVA: O desenvolvimento da cirurgia vídeo assistida trouxe inúmeros benefícios para os pacientes. Porém, para os cirurgiões, que necessitam treinamento diferenciado, maior tempo para aprendizagem e uso de instrumental delicado podem ocasionar vícios posturais e sintomas osteomusculares, enquanto a elevada carga de trabalho e cobrança de gestores e pacientes por resultados melhores podem levar à síndrome de Burnout afetando a qualidade do atendimento. OBJETIVO GERAL: Avaliar o perfil dos cirurgiões que atuam na cirurgia vídeo assistida, determinar a prevalência de sintomas osteomusculares e de sinais de síndrome de Burnout e buscar soluções para o enfrentamento a estes agravos. MÉTODO: Estudo observacional, transversal, prospectivo com aplicação de questionários respondidos por 61 cirurgiões que realizam procedimentos vídeo assistidos no Município de Manaus-AM: 1. Questionário para coleta de dados epidemiológicos, sociodemográficos e relacionados ao trabalho; 2. Avaliação de sintomas álgicos, utilizando versão adaptada do Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares; 3. Síndrome de Burnout, pelo Maslach Burnout Inventory – Human Services Survey. Análise estatística: foram utilizadas frequências relativas e absolutas, medidas de tendência central, teste de D’Agostinho Person, Teste F, Coeficiente de Correlação de Person, Mann Whitney, Kruskal-Wallis e teste exato de Fisher, aceitando-se um valor-p de 0,05. RESULTADOS: Predomínio do sexo masculino, entre 40 a 49 anos, acima do peso ideal e com prática regular de atividade física, cirurgiões gerais e ginecologistas, atuando entre 1 e 10 anos, realizando até 2 procedimentos ao dia com duração entre 1 e 3 horas cada. Dificuldades mais referidas: Altura da mesa operatória, ergonomia do material cirúrgico e posicionamento da torre. Queixas de sintomas osteomusculares nas 9 regiões anatômicas nos 12 meses anteriores à pesquisa. Síndrome de Burnout nas três dimensões, com maior incidência nas mulheres. Predomínio de escores baixos e médios, exceto na exaustão emocional na qual predominaram escores baixos e altos. A atividade física contribuiu para menores escores. Houve correlação estatisticamente significativa entre sintomas osteomusculares e síndrome de Burnout, na dimensão exaustão emocional na parte inferior das costas, joelhos e tornozelos/pés nos 12 meses anteriores e, nos 7 dias anteriores, em ombros e parte superior das costas na dimensão exaustão emocional; joelhos na despersonalização e punhos/mãos na baixa realização profissional. CONCLUSÕES: Procedimentos vídeo assistidos podem acarretar sintomas osteomusculares e síndrome de Burnout nos cirurgiões; a prática de atividade física pode ser fator protetor; as mulheres parecem mais propensas a apresentar escores mais altos de exaustão emocional; é necessário repensar os processos de trabalho, investindo-se em tecnologias, tornando os procedimentos mais ergonômicos; atenção à saúde física e mental dos cirurgiões através de equipes multiprofissionais, estímulo à prática de atividade física, introdução de ginástica laboral, oferta de locais para o descanso entre os procedimentos, identificação e tratamento precoce de sintomas que possam evoluir para lesões complexas. |