Poesia, experiência, infância: um estudo sobre o acontecer infantil na poética de Manoel de Barros
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5046 |
Resumo: | Esta dissertação teve por escopo pesquisar acerca da poesia lírica, no intuito de compreender como está desenhado o "Acontecer Infantil" na produção literária de Manoel de Barros, bem como investigar como se entrelaçam poesia, infância e experiência nos poemas do autor, especificamente, nas composições que engendram a obra Memórias Inventadas - As Infâncias de Manoel de Barros (2010). Para tal discussão, este trabalho ancorou-se, especialmente, nos textos teóricos de autores como Gilles Deleuze e Félix Guattari (1997, 2007), Philippe Ariès (2012), Walter Benjamin (2012), Giorgio Agamben (2012) e Gaston Bachelard (2009) os quais versam sobre diferentes concepções da infância, revelando-nos como a linguagem poética pode fazer emergir a imagem de uma infância permanente. Iniciamos o percurso da pesquisa com reflexões críticas sobre o reconhecimento tardio do escritor pela crítica literária, procurando indicar as fontes responsáveis pela propagação da produção do poeta. Apresentamos, ainda, algumas contribuições da crítica acadêmica sobre sua poética, apontando um possível lugar para o autor na literatura brasileira. Em seguida, centramos o estudo em distintas concepções sobre a infância, essencialmente, sobre os modos de se entender esse início da vida. Buscamos evidenciar, também, acerca do sentimento da família reservado à infância nas sociedades tradicionais e o lugar conquistado pela criança e a família nas sociedades industriais, permitindo-nos uma discussão acerca da relação infância e experiência, ressaltada nos poemas de Manoel de Barros por meio de uma infância da linguagem e uma linguagem da infância. Paulatinamente, a pesquisa girou em torno da infância em seu contínuo e criativo devir, subvertendo, assim, a ideia de que a infância se reduz a um tempo da carência de autonomia, um ser frágil, imperfeito e incapaz. Observamos, portanto, que a poética de Manoel de Barros sobreleva o enlaçamento entre infância e experiência, demonstrando que a concepção de infância que desestabiliza a lógica temporal é o antídoto contra a "pobreza de experiência". |