Atividade anticâncer da Biflorina em células tumorais gástricas
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Ciências Farmacêuticas Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4773 |
Resumo: | No norte do Brasil, sobretudo nos Estados do Amazonas e Pará, há alta incidência de câncer gástrico, cujos tratamentos disponíveis são ineficazes, na maioria dos casos. A biflorina, uma ortonaftoquinona prenilada obtida das raízes de Capraria biflora L., demonstrou, em trabalhos prévios, inibir o crescimento tumoral in vivo e in vitro de várias linhagens celulares, sem induzir mutagenicidade. A ACP02, principal linhagem celular utilizada nesse trabalho, foi estabelecida a partir de um adenocarcinoma gástrico difuso primário, retirado da região cárdia estomacal de um paciente de 66 anos oriundo do Pará. Entre as principais alterações cariotípicas e genéticas dessa linhagem estão a trissomia do cromossomo 8, com amplificação do oncogene MYC, e a deleção do braço curto do cromossomo 17, onde estaria localizado o gene supressor de tumor TP53. Essas características observadas na linhagem estabelecida correspondem àquelas observadas no tumor que a deu origem, evidenciando que tal linhagem é uma boa alternativa para o estudo da fisiopatologia do câncer gástrico humano e triagem de drogas. Tendo em vista o potencial promissor da biflorina e a necessidade de regionalizar o estudo de novas drogas anticâncer para atender as particularidades genotípicas de cada grupo de pacientes, avaliamos a atividade da biflorina sobre ACP02 através da análise morfológica das células, dos ensaios de viabilidade celular, do ensaio clonogênico, do teste de motilidade, do teste de diferenciação celular pelo NBT e da avaliação do status de MYC e comprimento dos telômeros por FISH, nas concentrações de 0, 1,0, 2,5 e 5 M, após 24 e 72h de tratamento. As alterações morfológicas indicaram morte celular por necrose, além de sugerirem a ocorrência de processo de diferenciação, devido à alteração no formato da célula aderida. A biflorina apresentou atividade citotóxica (CI50 1,92 M) e atividades citostática, anticlonogênica e inibidora da motilidade in vitro, estatisticamente significativas (p<0,05) desde a concentração de 1 M. Houve redução significativa da taxa de amplificação de MYC, nas células tratadas com 2,5 e 5,0 M da droga (p<0,05), o que pode justificar a ocorrência de processo de diferenciação celular, tendo em vista o papel fisiológico desse gene. Essa diferenciação foi confirmada pelos resultados obtidos durante o teste do NBT, no qual as células apresentaram capacidade de metabolizar o sal a partir do tratamento de 1,0 M. O comprimento do telômero foi reduzido nas células tratadas com 5,0 M de biflorina (p<0,05). Esses resultados demonstram que a biflorina atua sobre importantes alvos da terapia anticâncer, quando utilizada sobre a linhagem gástrica ACP02 em concentrações em torno de 2,5 M, o que a torna uma substância promissora para o tratamento desse tipo de tumor. |