Sehay pot’i Sateré-Mawé: a educação no “Espaço de Estudo da Língua Materna e Conhecimentos Tradicionais Indígenas Nusoken I”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Ariane Coelho dos
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5082081991008229, https://orcid.org/0000-0001-6939-4763
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Educação
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9895
Resumo: A pesquisa, intitulada “Sehay pot’i Sateré-Mawé: a educação no ‘Espaço de Estudo da Língua Materna e Conhecimentos Tradicionais Indígenas Nusoken I’”, analisou as interfaces históricas, legais e conceituais a partir das quais se constitui a política educacional para do povo Sateré-Mawé do Espaço Nusoken, no Município de Manaus. O Espaço está localizado no bairro Redenção, zona centro-oeste da área urbana do Município de Manaus, com a perspectiva de trabalhar a aprendizagem bilíngue, destinando-se à transmissão de conhecimento tradicional, pautado na afirmação, valorização e fortalecimento da língua materna e identidade cultural. Este estudo busca responder as seguintes indagações: como se constituem as interfaces históricas, legais e conceituais da política educacional do Espaço de Estudo da Língua Materna e Conhecimento Tradicionais Indígenas Nusoken? No contexto da Educação Escolar Indígena, as políticas educacionais municipais atendem as demandas do referido Espaço? As categorias de análise, Educação Indígena, Educação Escolar Indígena, Democratização, Resistência, servem de suporte, pois estão em consonância com os objetivos da pesquisa, e são trabalhados teoricamente pelos autores escolhidos, fomentando a análise da pesquisa com os conceitos que dissertam elementos para uma educação diferenciada. Metodologicamente, o estudo se ancora em uma perspectiva teórica qualitativa, a partir de pesquisas bibliográfica e documental, com base no enfoque materialista histórico. Foram selecionados marcos legais (CF 1.988, CNE/CEB Res. 05/2012, CNE/CEB Parecer13/2012), artigos (BRITO KAIAPÓ, 2019; SERPA & GRANDO, 2018), livros (MELIÀ, 1979; GONZAGA, 2021), dissertação (SANTOS, 2012), que trouxeram informações sobre a existência e efetivação da política educacional para a educação escolar indígena nas esferas governamentais. Por fim, trabalhamos com a análise dos documentos legais do Município de Manaus (Decreto 1.394/2011 e Lei 2.781/2021) que são a base da Educação Escolar Indígena em Manaus e para os Espaços de Estudo da Língua Materna e Conhecimento Tradicionais Indígena. Como resultados, identificamos elementos que apontam que os povos indígenas residentes na área urbana do Município de Manaus tiveram muitas de suas demandas incorporadas a política pública diante das lutas dos movimentos, organizações e lideranças, principalmente partir de 2011, mas que os Espaços de Conhecimento não acompanharam o mesmo movimento apresentando dificuldades que se estendem do campo do sentindo, integração e associação com a política para educação escolar indígena, enquanto espaço de um povo presente no meio urbano. Os dados apontam que o Espaço de Estudo da Língua Materna e Conhecimento Tradicionais Indígenas Nusoken I tornou-se uma Rede de Influências no território urbano do Município de Manaus, através de suas atividades culturais aberta ao público e ao receber a comunidade ao seu entorno. O Espaço Nusoken I consegue trabalhar a Educação Escolar Indígena, apesar de se configurar como uma sala anexa e não se constituir como parte da educação escolar indígena, alcança seus objetivos, contudo é preciso questionar a política pública municipal de Manaus para que sejam viabilizados alguns anseios e necessidades atuais que o Espaço necessita. Desse modo, o Espaço se consolida porque resiste, como um ambiente de compartilhamento de conhecimento para que as crianças que lá estudam percebam a força e a importância de estarem conhecendo sua ancestralidade e a essência do seu povo, pois mesmo no território urbano permanece e se reforça a identidade do Povo Sateré – Mawé.