Regimes e transformações cosmológicas da pajelança Sateré-Mawé
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Museu Amazônico BR UFAM Programa de Pós-graduação em Antropologia Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2882 |
Resumo: | A dissertação objetiva uma análise etnográfica sobre os Regimes e Transformações Cosmológicas da Pajelança Sateré-Mawé . A pesquisa foi pensada a partir de uma reflexão sobre as mudanças nos modos de proceder a cura, evidenciada nas práticas dos pajés e membros das comunidades indígenas Sateré-Mawé. Falantes do tronco lingüístico Tupi, segundo Curt Nimuendaju (1948) a língua Sateré-Mawé desde o século XVIII vem incorporando numerosas palavras da língua geral. A pesquisa foi realizada entre os anos de 2009 e 2010 em Manaus nas aldeias Y apyrehyt (terceira luva da Tucandeira) e Waikiru (estrela) localizadas no bairro da Redenção, conjunto Santos Dumont, no Tarumã-Açu nas aldeias Hiwy (Gavião) e Inhaã-beé (chocalho do joelho) e, no município de Iranduba/Am na aldeia Sahu-Apé (casco de tatu) localizada na Estrada Manoel Urbano, Km 37. Identificou-se um total de 42 famílias Sateré-Mawé nas aldeias percorridas. A maioria depende economicamente da venda e produção do artesanato, o qual envolve adultos, jovens, crianças de ambos os sexos. Os Sateré-Mawé são conhecidos como os filhos do guaraná , devido seus ancestrais terem domesticado a Cupana sorbilis guaraná (waranã na língua materna). Na pesquisa de campo encontramos vários especialistas como pajés, benzedores(as), feiticeiros, essas denominações partem dos próprios interlocutores e indicam a constante presença de pajelança entre os Sateré-Mawé, mesmo sem a presença desses especialistas. Partindo do principio da cosmologia encontramos a origem dessa ciência, como por exemplo, o conhecimento de plantas medicinais para curar e prevenir doenças, as rezas , a obediência a certas regras de comportamento social. Segundo os Sateré-Mawé poderá surgir entre eles um(a) pajé, que através de sonhos consegue prever o futuro e tragédias na aldeia, isto ocorre pela aproximação de espíritos curandeiros , que ensinam através de sonhos, as curas para doenças, e avisam de certos acontecimentos que poderiam vir a prejudicar a vida na aldeia. Portanto, podemos dizer preliminarmente que o que determina a ação de pajelança é um regime de cura, que entrelaça regras, comportamentos, normas a serem seguidas. O curar , enfeitiçar , benzer , estão repletos de intenções em que o poder envolve o contato com seres imateriais invisíveis , espíritos , e com os humanos. As práticas de pajelança fazem parte do mundo do indígena e não indígena que de alguma forma está inserido na cosmologia que vem se transformando nas práticas cotidianas. As razões para buscar a cura por meio participativo demonstra que o regime de cura procura o estabelecimento e equilíbrio da saúde, propósito principal dos Sateré-Mawé e não índios. |