A dupla marcação do sujeito pronominal pleno em sentenças declarativas na fala amazonense: “Ela é mestranda ela“

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Sá, Ana Paula Silva de
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/3571420778267483, https://orcid.org/0000-0002-0989-8318
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Letras
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9387
Resumo: Esta pesquisa é de cunho variacionista, de natureza sintática, a qual teve como objetivo geral investigar a “dupla marcação do sujeito pronominal pleno em sentenças declarativas” na fala dos amazonenses, a fim de contribuir com estudos de sociolinguística variacionista, especialmente, do Amazonas. Os objetivos específicos foram: i) descrever as variantes da variável “dupla marcação do sujeito pronominal pleno” em sentenças declarativas na fala dos amazonenses e ii) mostrar quais os condicionadores extralinguísticos e linguísticos que podem favorecer ou não essa dupla marcação do sujeito pronominal pleno à margem direita ou esquerda de sentenças declarativas na fala dos amazonenses. O principal pressuposto teórico-metodológico utilizado neste estudo é a Sociolinguística Variacionista que tem como um dos representantes William Labov (2008 [1972]). O corpus desta pesquisa é constituído de: i) banco de dados de fala disponibilizado por Martins (2013), especificamente do município de Tonantins (AM), que está estratificado de acordo com ‘sexo/gênero’, ‘faixa etária’ e ‘escolaridade’; ii) uma amostra complementar proveniente da observação assistemática de dados de fala e escrita coletados por Sá (2019), assim como dados de escrita e fala coletados durante o desenvolvimento desta pesquisa. Com o objetivo de entender como é o funcionamento da variação em foco, foram controladas, nesta pesquisa, as seguintes variáveis independentes linguísticas e extralinguísticas na amostra de Martins (2013): ‘material interveniente entre os sujeitos pronominais repetidos’; ‘posição do sujeito pronominal repetido em relação ao verbo’; ‘formas de realização do sujeito’, ‘tipo de verbo’, ‘pessoa do discurso’, ‘advérbio de negação’, ‘Faixa etária’, ‘Sexo/Gênero’ e ‘Escolaridade’. Para a Amostra Complementar (Sá, 2019 e 2022), foram controladas as mesmas variáveis independentes linguísticas mencionadas, mas diferentes variáveis extralinguísticas. São as seguintes: ‘Amostra/Ano’, ‘Modalidade’, ‘Rede social’, ‘Escolaridade’, ‘Sexo/Gênero’ e ‘Faixa etária’. Após a transcrição e codificação dos dados obtidos, a análise através do programa GoldVarb X (SANKOFF, TAGLIAMONTE e SMITH, 2005) mostrou que na Amostra Martins (2013) houve mais frequência da forma “sem repetição” (96,1%) e menos da forma “com repetição” (3,9%). No que tange à repetição, ela ocorreu mais à esquerda (88,7% dados) do que à direita (11,3%). Na Amostra Complementar, a frequência maior foi da variante “com repetição” (72%) do que “sem repetição” (28%). Em relação a essa amostra, a repetição aparece categoricamente à direita em decorrência do objetivo da coleta de dados. Ainda, no que se refere aos dados de não repetição, são, em sua maioria, de sentenças declarativas com sujeitos pronominais pospostos. Quanto aos grupos de fatores linguísticos e extralinguísticos, na Amostra Martins (2013), ‘Faixa etária’ e ‘tipo de verbo (transitividade)’ se mostraram relevantes para a aplicação da regra, a variante “com repetição”, e na Amostra Complementar, por sua vez, foram as variáveis ‘Amostra/ano’ e ‘Sentença: tipo de verbo (transitividade)’. Ao final desta pesquisa, espera-se ter contribuído com os estudos sociolinguísticos variacionistas da região norte, no âmbito da sintaxe, compreendendo, assim, como é o falar do amazonense.