Seleção de espécies bacterianas cultiváveis, simbiontes de Anopheles darlingi (Root, 1926), para o controle da malária por paratransgênese

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rocha, Elerson Matos
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/2384273331719764
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7737
Resumo: Apesar dos avanços positivos na luta contra a malária a cada ano, essa doença ainda é uma das mais letais entre as doenças parasitárias transmitidas por vetores em todo o mundo, com os maiores registros de mortes na África, causados principalmente por Plasmodium spp. e transmitido por Anopheles spp. Dentre as formas de controle dessa doença, a paratransgênese se destaca como uma alternativa nova e promissora que visa inibir o desenvolvimento de parasitas no vetor por meio da ação de bactérias geneticamente modificadas. Esta nova abordagem está sendo conduzida com sucesso contra o Plasmodium spp. em laboratório no continente africano. Devido aos constantes registros de casos de malária na Amazônia brasileira, essa região também poderia ser alvo de abordagens paratransgênicas, com o objetivo de bloquear o desenvolvimento de Plasmodium vivax no corpo de Anopheles darlingi, os principais responsáveis por esta doença nesta região. região. Nesse sentido, o primeiro passo deve ser direcionado à obtenção de bactérias simbiontes de A. darlingi, que podem ser transmitidas horizontal e verticalmente em mosquitos e não serem patogênicas para os seres humanos. Tais características são essenciais na paratransgênese. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo selecionar espécies bacterianas cultiváveis, simbiontes de A. darlingi para controlar a malária por paratransgênese. Isolamentos bacterianos foram realizados em amostras associadas ao ambiente de desenvolvimento larval, bem como no corpo de A. darlingi, a fim de identificar espécies recorrentes nas diferentes amostras. Após o sequenciamento do gene 16S rRNA das colônias isoladas, foram identificadas 179 espécies nas amostras de Coari e Manaus, que constituem 83 espécies diferentes, 12 de Coari e 71 de Manaus. As espécies predominantes em todas as amostras, de Coari e Manaus, foram: Acinetobacter nosocomialis; Enterobacter asburiae; Klebsiella pneumoniae; Serratia marcescens; Bacillus cereus; Pantoea dispersa; Elizabethkingia miricola; Klebsiella variicola; Stenotrophomonas pavanii e Pantoea agglomerans. Após análise de alguns critérios, fundamentais para o uso em paratransgênese, como a não patogenicidade para humanos, as cepas bacterianas S. marcescens-Adu40; E. asburiae-Adu24; P. dispersa-Adu38 e P. agglomerans-Ovo3, foram selecionados para serem transformados com um plasmídeo, contendo uma sequência de genes que expressa uma proteína verde fluorescente, quando exposta à luz UV. Assim, foi revelado o potencial de duas cepas bacterianas analisadas quanto à capacidade de transferência horizontal e vertical em A. darlingi. Tais cepas foram: S. marcescens-Adu40 e P. agglomerans-Ovo3. Os resultados dessas análises concluíram que essas duas linhagens têm o potencial de serem usadas no controle da malária por paratransgênese.