Chuva branca: rastreando a Biblioteca Amazônica em um romance de Paulo Jacob
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5516 |
Resumo: | Chuva branca é o romance de maior repercussão do escritor judeu-amazonense Paulo Jacob, saudado por autores como Jorge Amado, Antônio Olinto e Assis Brasil. Foi a obra por meio da qual ele conseguiu transpor algumas barreiras regionais e chegou a ensaiar uma aparição em nível nacional. Empregando o regionalismo documentarista, Paulo Jacob representa uma tipologia de homem amazônico a partir de seus dramas e de sua luta contra a pobreza, a partir de suas crenças e cultura. Este trabalho, ao investigar a intertextualidade, tem como objetivo geral tentar rastrear a biblioteca amazônica que teria exercido poder de modelização sobre a escritura de Chuva branca, mostrando especificamente: que os temas sobre a realidade amazônica que aparecem com expressividade no romance vêm da Amazônia ribeirinha, a saber, o homem na Amazônia, a pobreza, o imaginário, o sagrado e a cultura indígena; q ue, embora o intertexto nem sempre seja de fácil detecção, é possível fazer relações intertextuais com obras pertencentes à biblioteca amazônica, prováveis leituras de Paulo Jacob, como é o caso de algumas ligadas à Sociologia e Antropologia; que a construção discursiva de Paulo Jacob, ao tentar representar o homem na Amazônia a partir de seus dramas e lutas, acabava tendo cunho documentarista com o fim de divulgar a cultura e de mostrar uma parte significativa de uma região isolada e desconhecida; e que lendo Chuva branca hoje, cerca de 50 anos depois, sabemos que entre o horizonte de expectativa da obra e a nossa leitura erguem-se profundas mudanças econômicas, históricas e sociais ocorridas não somente na realidade amazônica como na realidade mundial. Isso evidencia que a Amazônia que foi representada em Chuva branca é certamente menos isolada, menos rural e permeada pela tecnologia e pela urbanização, e o olhar do leitor sobre o romance, ao passar pelos seus contextos temporais, renovou-se. É oportuno dizer que a minha pesquisa encontra-se fundamentada na teoria da Estética da Recepção, ligada a Hans Robert Jauss e Wolfgang Iser, seus principais expoentes. Obviamente que a pesquisa não se mantém dentro de todos os limites da metodologia sugerida pela teoria, mas relaciona-se com ela por meio de alguns conceitos fundamentais, como horizonte de expectativas e fusão de horizontes. Por fim, defendo que o que alguns autores da biblioteca amazônica, tais como sociólogos e antropólogos, fazem com as suas ciências no tocante à documentação do homem amazônico e das suas condições, Paulo Jacob o faz por meio da representação, da construção discursiva e de seus personagens. Ele acaba divulgando, ao Brasil, uma parte significativa de seu próprio rosto. |