O espaço romanesco em narrativas ficcionais de Paulo Jacob: topoanálise e geograficidade
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8169 |
Resumo: | Esta pesquisa estuda o espaço romanesco em nove das treze narrativas ficcionais do romancista Paulo Jacob. Uma das razões para a escolha desse objeto repousa no fato de que o escritor adotou a Amazônia não somente como o seu espaço vivido, mas principalmente como o seu lócus de enunciação e como o universo ficcional de suas personagens, o que faz dessa perspectiva espacial um estruturante crucial para acessar e entender os seus romances. A proposta trazida remete aos estudos sobre a categoria literária espaço, explorando a interface entre a Literatura e a Geografia, fazendo uso de todas as contribuições dadas por esses dois códigos à investigação do espaço nos estudos literários. O objetivo foi investigar o que o espaço romanesco de narrativas ficcionais de Paulo Jacob tinha a revelar a respeito da Amazônia, em específico o que segue: a) realizar o levantamento da topografia literária da ficção jacobiana; b) examinar a relação existencial de personagens com os lugares; c) descrever aspectos da cultura amazônica que aparecem atrelados a essa representação espacial; d) averiguar quais tipos de problemas de lugar aparecem nessas narrativas ficcionais; e) entender como toda essa representação da Amazônia presente nesse espaço romanesco está relacionada a Paulo Jacob como autor. O cumprimento desses objetivos exigiu uma incursão interdisciplinar por um instrumental teórico-metodológico onde conceitos da Topoanálise e da Geografia Humanista/Cultural, sobretudo o espaço romanesco e a geograficidade, ajudaram a constituir o campo de argumentação e se mostraram fundamentais na análise do objeto de pesquisa. Ora, dada a complexidade do objeto estético e dos objetivos traçados nesta pesquisa, à análise literária posta em execução se sobrepôs a necessidade de investidas no campo da Sociologia da Literatura, da Estética e Filosofia da Arte, da Teoria do Romance e da Antropologia, sem descartar a pesquisa documental. O estudo apoiou-se na seguinte tese: a análise do espaço romanesco pode trazer em seu bojo descrição de lugares, aspectos socioculturais, existenciais e problemas de lugar ligados à Amazônia e essa representação está relacionada à geograficidade do autor, a saber, à relação dele com essa região enquanto seu lugar de existência. Ao final, a pesquisa apontou o seguinte: a) a fome por espaço exibida pela ficção jacobiana, estendendo-se pelos quatro cantos do Amazonas e se espraiando por alguns estados, está relacionada a muitos lugares que o escritor conheceu e decidiu transformar em ficção; b) muitas das geograficidades manifestadas por suas personagens se relacionam a geograficidades vividas pelo próprio autor na Amazônia enquanto seu lugar de existência; c) os aspectos socioculturais e os problemas de lugar apresentados na sua obra apontam, respectivamente, para uma cultura amazônica que Paulo Jacob decidiu divulgar e para questões ambientais em defesa das quais ele escolheu se engajar. |