Práticas socioprodutivas Kokama: um estudo da Comunidade Sapotal, Tabatinga (AM)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Sanches, Brian Angelo Sandoval
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/2908360579924488, https://orcid.org/0000-0003-2605-1853
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Centro de Ciências do Ambiente
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
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Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10278
Resumo: As formas de produção capitalista, com sua típica racionalidade econômica, têm sido impostas sobre as formas de uso dos recursos naturais nas diferentes Amazônias... Pretendemos, nessa investigação, apresentar as formas de uso da terra, floresta e água, dando destaque aos modos de vida das populações tradicionais que tem evidenciado ser possível promover uma vida sustentável na relação homem-natureza. Nesse sentido, tomaremos as práticas socioprodutivas Kokama, da Comunidade Sapotal, como lugar de estudo, pertencente ao município de Tabatinga (AM). O objetivo geral do trabalho consistiu em analisar a organização da vida social da Comunidade Sapotal, considerando as práticas socioprodutivas e a comercialização dos produtos Kokama. Para alcançar o objetivo, na investigação, foi necessário o pesquisador fazer a reconversão do olhar, como membro da comunidade Kokama, para ampliar o sentido crítico sobre a realidade, através dos três atos cognitivos – olhar, ouvir e escrever – na realização do trabalho de campo, como propõe Roberto Cardoso de Oliveira. A pesquisa adotou uma abordagem quali-quantitativa, pela necessidade de recorrer e fazer uso de técnicas com abrangência qualitativa e quantitativa, para a coleta de dados: levantamento bibliográfico, entrevista semiestruturada, uso de formulário, observação direta, diário de campo, assim como com registros fotográficos para a apreensão direta dos fenômenos observados. Conforme as inquietações levantadas para a investigação, os dados revelam que as práticas socioprodutivas Kokama tem por finalidade manter a unidade familiar, quando relacionado ao labor e ao trabalho enquanto práticas das unidades de produção, e aproximam daquilo que foi interpretado como a manutenção da vida e a (re) produção da vida social em comunidade. Dessa forma, o modo de vida Kokama está conectado a duas dimensões da vida, uma a dimensão relacionada a produção de alimentos para o consumo, bem como para a sua comercialização e satisfação das necessidades da família, e a outra ocorrem nas relações de troca Kokama numa dinâmica de trocas entre valores de uso por outro valor de uso necessário e fundamental à vida. As diferentes formas de organização que permeiam a vida social na Comunidade Sapotal, principalmente a prática socioprodutiva e a comercialização dos produtos Kokama em um ambiente de várzea alta, na região do Alto Solimões, ficou evidenciado que a dinâmica das águas influencia na organização das atividades dos sujeitos sociais que vivem em comunidades ao longo do rio Solimões, no qual o ciclo hidrológico dos rios apresenta-se como um fenômeno natural que contribui para a fertilização das terras e na modelagem das unidades de paisagem, proporcionado que homens e mulheres da várzea exerçam a polivalência diante as atividades para manutenção da própria vida. Podemos concluir que a prática socioprodutiva Kokama através da agricultura, criação animal, extrativismo animal (pesca e caça) e extrativismo vegetal (madeireiro e não madeireiro), permeados pelos conhecimentos tradicionais, corroboram para a existência da comunidade e o fortalecimento cultural, considerando o ambiente em que vivem e as estratégias adotadas pelas famílias para satisfazer suas necessidades sob uso dos recursos naturais.