O jardim das imagens, a infância e suas flautas sagradas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Barreto, Maria das Graças de Carvalho
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/0636982594155696
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras
BR
UFAM
Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3139
Resumo: A pesquisa visa analisar as expressões infantis configuradas nos desenhos. A perspectiva é compreender os processos de construção simbólica nas dimensões culturais e subjetivas. Os desenhos são vistos como: formas particulares de inscrição das culturas da infância; meios de comunicação das crianças com os seus pares e com os adultos; formas de representação de seus saberes e concepções de mundo; e, também, como expressão de sua imaginação criativa e de sua sensibilidade estética. Nessa direção, a pesquisa, por diferentes campos do conhecimento, construídos sobre a infância, a partir de uma perspectiva crítica onde se questiona os fundamentos propostos sobre o despertar da percepção da infância na modernidade e identifica as contradições econômicas, políticas e sociais geradas a partir dos princípios construídos pelos Iluministas. Observa que no desenvolvimento da sociedade capitalista, as crianças foram desapropriadas de suas flautas sagradas (os brinquedos) e, também, da sua imaginação. A modernidade colocou a visibilidade da infância como força de trabalho, mesmo sob tutela das leis as desigualdades foram multiplicadas. Essas desigualdades foram postas em evidência pelos homens dos números e sua contabilidade sobre a infância na modernidade. No segundo capítulo; (Os arquitetos da Sociologia da Infância) a autora expõe as ideias construídas pelos adeptos do realismo, funcionalismo, interacionismo e das teorias do imaginário, traçando, a partir desses eixos, paralelos entre modelos de análise sociológica e a questão da infância na sociedade. No campo da Psicologia e da Psicanálise (Capítulo 3: O jardim das imagens e a valorização do campo simbólico), a autora utiliza-se das abordagens psicanalista, organicista, construtivista e as que versam sobre o imaginário (Bachelard), para realizar as análises sobre os desenhos produzidos, ora espontaneamente por uma criança (6 a 7 anos) procedente de um estrato social considerado médio, que permite a ela acesso às condições materiais de produção. A pesquisa procura verificar os limites e as dificuldades epistêmicas apresentadas em cada uma das teorias que dão suporte às análises dos desenhos infantis, abordando diferentes interpretações. Conclui que, para compreender as expressões infantis, o olhar orientado por diferentes perspectivas e campos do conhecimento, permite uma maior aproximação dos processos de constituição das culturas da infância e, também permite romper com os esquemas tradicionalistas de análise fundados nas tendências diretivistas e intervencionistas, que ainda pesam sobre a imaginação e a criatividade do universo da infância.