Subjetividade e trabalho de técnico-administrativos em uma instituição pública de ensino superior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pereira, Angelina Paiva
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8726448817826258
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6453
Resumo: A centralidade do trabalho é preconizada na Psicodinâmica do Trabalho. Esta trouxe grandes contribuições para as reflexões acerca da subjetividade e trabalho, dentre estes o conceito original de estratégias defensivas coletivas. Através da ideia de normalidade enigmática, Christophe Dejours percebeu que mesmo em condições deletérias no trabalho, os sujeitos continuavam a atuar, pois recorriam às estratégias defensivas. Por apresentar contribuições tão enriquecidas, este trabalho tomou como base a Psicodinâmica do Trabalho para analisar as vivências subjetivas de um coletivo específico: os Técnico-Administrativos em Educação - TAE de uma instituição pública de ensino superior em Manaus, Amazonas. Os TAEs são responsáveis pelo andamento dos processos administrativos, atendimento à comunidade universitária e, além disso, também desenvolvem ações e atividades com o objetivo de melhorias dos serviços prestados. Neste trabalho realizou-se a clínica do trabalho e da ação, com seis sessões coletivas, uma vez por semana, com duração média de uma hora. Participaram dez mulheres lotadas em um setor administrativo que possuía departamentos distintos. Cada divisão apresentava demandas específicas que, por vezes, podiam convergir, enquanto outras não. O episódio de “quebra de paredes” foi o ponto de partida para o início dos relatos. As vivências de sofrimento estiveram relacionadas com: conflitos com a gestão, ausência de reuniões, ausência de prescrições, rotatividade da chefia, distinção entre TAEs e docentes. Entre as estratégias defensivas sinalizaram a resignação, a racionalização e a negação. Em casos em que o sofrimento estava bastante agravado e as estratégias defensivas chegavam ao seu limite, as estratégias de enfrentamento foram utilizadas como a busca de emancipação como os pedidos de remoção. Em contrapartida, o coletivo trouxe falas que indicaram as estratégias de enfrentamento, destacando os seguintes dispositivos: a inteligência prática e a cooperação. Os momentos de confraternização, e de encontro com colegas, se mostraram bastante significativos. Por fim, ressaltaram a identidade de ser servidora técnico-administrativo em educação, que denota uma postura de resistência, mesmo com o estigma que o setor sofre pela comunidade. Apesar das dificuldades, continuavam enfrentando, buscando subverter o sofrimento em prazer.