Avaliação do efeito da pesca nos estoques pesqueiros da Amazônia Central
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Ciências Agrárias Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Ciências Pesqueiras nos Trópicos |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7986 |
Resumo: | A pesca comercial é uma das principais atividade extrativistas na Amazônia e está sujeita a influências sazonais, culturais e econômicas. Até a década de 40, a pesca era realizada de uma frota primitiva, e a partir das décadas de 50 e 70 esta atividade se tornou mais eficiente em relação a captura de pescado, devido ao desenvolvimento do setor industrial e modernização das embarcações e apetrechos de pesca. Porém, o desenvolvimento dessa atividade resultou na sobreexplotação de diversos recursos pesqueiros, especialmente das espécies de maior procura pelo mercado consumidor. Estudos caracterizando a dinâmica da pesca foram realizados em alguns municípios do estado do Amazonas. Embora estes estudos tenham contribuído com o setor, ainda existe carência de informações mais detalhadas sobre as características físicas, a quantificação e distribuição da frota pesqueira, principalmente em Manaus, o principal município para o desembarque pesqueiro na Amazônia. No presente trabalho, primeiramente foi caracterizado a frota que realiza o desembarque de pescado em Manaus, comparando informações disponíveis na literatura científica em uma escala temporal de 44 anos, com a finalidade de identificar possíveis alterações no poder de pesca das embarcações e na dinâmica das espécies de peixes desembarcadas. Se observou que as embarcações passaram por um incremento em relação a tamanho e amplitude de potência dos motores nas últimas cinco décadas. Houve um aumento na quantidade de barcos até 2004, no entanto a partir deste ano, não há informações efetivas da quantidade de embarcações devido à falta de coleta de dados. Por outro lado, houve o surgimento da geleira como uma alternativa de condicionamento do pescado, mas foi verificado uma redução na média de capacidade de armazenamento dos barcos. A partir do ano de 1996 o tambaqui que era a principal espécie mais desembarcada na década de 70, sofreu um declínio acentuado em sua produção, em consequência, os Characiformes migradores como o jaraqui e curimatã ascenderam como os peixes mais desembarcados nos últimos anos. Alguns resultados não apresentaram mudanças, mantendo o padrão de comportamento nas últimas cinco décadas, com os principais apetrechos de pesca utilizados sendo a rede e malhadeira, e os períodos de maior produção da pesca ocorrendo no segundo semestre e o de menor produção ocorrendo no primeiro semestre de cada ano, e os rios Solimões e Purus sendo os mais explorados pela pesca comercial. Posteriormente, o estudo avaliou o impacto da pesca artesanal sobre a estrutura das comunidades de peixes na Amazônia Central, evidenciando possíveis alterações do nível trófico médio dos desembarques e no índice de equilíbrio ecológico ocasionadas pela atividade pesqueira nos últimos 44 anos, através de aplicação dos indicadores ecológicos Nível Trófico Médio dos desembarques e Índice de Pesca em Equilíbrio (FiB- Index). O uso de ambos indicadores possibilitou esclarecer que a pressão exercida pela atividade pesqueira está classificada em diferentes níveis tróficos, especificamente em detritívoros, onívoros, herbívoros e piscívoros, porém não foi verificado o efeito de “fishing down food web” (pesca abaixo na cadeia alimentar), tendência observada na pesca marítima. Portanto, demonstra-se que a avaliação dos estoques desembarcados, composto pelo indicador de nível trófico e índice de pesca em equilíbrio, em sistemas de água doce tropical, pode ser uma estratégia de baixo custo e eficiente, em relação a alta diversidade de espécies e a recorrente ausência de sistemas contínuos de estatística pesqueira como ferramenta de gestão na bacia amazônica. |