Mulheres pescadoras: os significados do trabalho de pesca do camarão na Comunidade da Salvação – Alenquer – PA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Rodrigues, Christianne Pereira
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/9416953769309047
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Ciências Agrárias
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6570
Resumo: A pesca do camarão Macrobrachium amazonicum (Heller,1862) ocorrida na comunidade da Salvação no município de Alenquer, estado do Pará, no Baixo Amazonas é protagonizada por mulheres. Essa pesca é dotada de significações cotidianamente modificadas, sendo a principal fonte de renda para as famílias dessas pescadoras. As mulheres das várzeas são pluriativas, realizam atividades na terra e na água para garantia da sobrevivência de suas famílias, assim como em outras comunidades rurais na Amazônia. Dentre as atividades desenvolvidas por elas para a garantia de renda estão a criação de galinhas, o cultivo de hortaliças e a plantação de ciclos curtos. A pesca do camarão no contexto amazônico pode ser compreendida como uma estratégia adaptativa que levou as mulheres à exploração do ambiente como uma forma de sobrevivência. Por meio do trabalho de pesca as pescadoras têm contato direto com ambiente em que vivem e, assim, são responsáveis por modificações ambientais cotidianamente. Em relação às pescadoras de camarão, chegamos conclusão de que a denominada invisibilidade, ocorre de duas formas: uma ocorre por parte de quem as olha de fora, seja o Estado, seja a ordem acadêmica, seja a própria população, que não percebe a pesca do camarão como um trabalho que demanda tempo das mulheres e é movido por significações; outra é a invisibilidade estratégica, que nasce na própria comunidade como modo de continuar realizando o trabalho de pesca informalmente. O trabalho das mulheres pescadoras de camarão não é reconhecido pelas políticas públicas, isso somente reforça a invisibilidade do trabalho e a insustentabilidade da pesca. Nossa metodologia utilizou a abordagem qualitativa com o enfoque na Etnometodologia. Embasamo-nos nos estudos de Alencar (2011; 2013), Diógenes (2014), Gerber (2015), Lima (2014), Maneschy (1995), Simonian (2003) e Scherer (2015; 2009; 2012). A pesquisa de campo, realizada nos anos de 2016 e 2017, que envolveu observação, narrativas autobiográficas, entrevistas e, quando permitido, registros fotográficos e gravações de áudio, consentiu-nos trazer para a discussão acadêmica questões de gênero na pesca, contidas na temática da mulher amazônica, e, principalmente, os significados do trabalho.