Ressonâncias da Política na Literatura Amazonense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ramos, Paula Mirana de Sousa
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/6548260485304940
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5878
Resumo: Estudar a gênese do Pensamento Social brasileiro e Amazônico, por meio de uma análise da sociologia das obras e dos discursos, de intelectuais da primeira metade do século XX, como Álvaro Maia, nos auxilia no processo de esclarecimento do próprio pensamento social atual. Álvaro Maia, jornalista, escritor, advogado e político, tornou-se ainda nas primeiras décadas do século XX uma liderança intelectual e política, por encarnar os ideias e anseios de mudança esperados por diversos setores sociais diante de um cenário de crise. No entanto, sua atuação como político profissional, ao longo de quatro décadas, revela também um projeto intelectual, comum a inúmeros intelectuais dos países periféricos deste período que, além de forjar a nação, buscavam compreender o processo de modernização em países periféricos. Assim, ao se fazer um itinerário das ideias de Álvaro Maia durante seu período como interventor no Estado Novo, foi possível compreender que a partir de sua condição de intelectual, Maia tornou-se um ideólogo do regime varguista. No entanto, a produção da obra literária de Maia não pode ser reduzida como uma mera estratégia para adquirir capital simbólico, perdido no campo político, como um representante do movimento da Caboclitude. Álvaro Maia, assim como outros escritores amazonenses buscavam, através de suas obras, construir uma identidade verdadeiramente cabocla. O seringueiro, um dos personagens centrais em sua obra, foi exaltado por sua força e bravura, simbolizando o verdadeiro agente de desenvolvimento da região. Porém, como membro das classes conservadoras, havia uma ambiguidade de sua parte no tratamento ao modelo extrativista, representando uma forma suavizada, como no caso da personagem Fabio Moura no livro Beiradão de 1956. Após a década de 1930, Álvaro Maia passa por um processo de aperfeiçoamento e depuração de sua profissionalização política, como um representante do Estado Novo atuou como um ideólogo do Regime. Todavia, apesar de seu carisma e sua ligação com o governo varguista, sua permanência só aconteceu devido sua consonância com os interesses da elite local. Portanto, as ressonâncias da política na literatura alvareana revelam o quanto este intelectual, representante do movimento nativista, via que a construção da identidade amazônica através da valorização do elemento nativo, não poderia ficar apenas no plano das ideias, mas implicaria sobretudo sua atuação política.