Montagem da paisagem do conhecimento: uma tecnologia social apropriada para comunidades ribeirinhas amazônicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ramos, Paulo Ricardo de Oliveira
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/1753218780023689
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6917
Resumo: Fazer uso do conhecimento individual ou coletivo, com a aplicação de recursos locais, para solucionar problemas coletivos de forma criativa, simples e eficiente, corresponde a um pensamento que nos remete a própria história evolutiva da humanidade e a épocas em que o homem sobrevivia diretamente dos recursos naturais disponíveis. Essa linha de pensamento, preocupada com o uso do conhecimento para solucionar problemas coletivos, pode estar representada hoje pelo conceito de Tecnologia Social (TS) que, por meio de técnicas e metodologias apropriadas à população demandante, busca melhorar as condições de vida de seus beneficiados, promovendo sua reaplicação em diferentes ambientes e áreas, onde geralmente será readaptada aos novos contextos. A Amazônia pela sua especificidade geográfica e ambiental, com florestas majestosas e rios grandiosos, possui particularidades em seu habitat humano, especialmente em áreas rurais onde o acesso a bens e serviços, assim como a garantia de direitos sociais, é geralmente restrito e insuficiente, sobretudo em questões relacionadas à saúde pública. Nesse contexto o técnico em plantas medicinais, Moacir Tadeu Biondo, idealizou e desenvolveu uma prática denominada “Montagem da Paisagem do Conhecimento” (MPC), que tem como objetivo reconhecer, valorizar e proteger os conhecimentos tradicionais sobre o uso de plantas medicinais no tratamento de problemas de saúde. Em função desta realidade, o presente estudo teve como objetivo geral analisar se a MPC pode ser considerada como uma Tecnologia Social apropriada a comunidades ribeirinhas amazônicas. Com essa finalidade, foi analisada a MPC realizada em 2016 em uma comunidade ribeirinha amazônica na área rural da cidade de Caapiranga-AM, desenvolvida em parceria com o técnico Moacir e um grupo interdisciplinar composto por integrantes dos cursos de Psicologia e Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Optou-se por uma estratégia de triangulação de métodos, quantitativos e qualitativos, que possibilitou um diálogo entre as análises e os resultados a partir de questões objetivas e subjetivas. Os dados quantitativos foram analisados pela ferramenta eletrônica SATECS/ITS e para os qualitativos foi utilizada a Análise de Conteúdo. Os resultados desta pesquisa correspondem ao registro da MPC/2016 e à consideração de que a partir desta atividade criou-se um novo conhecimento, construído a partir do diálogo entre os saberes tradicionais e o conhecimento técnico-científico, sobre o uso de plantas medicinais no tratamento de problemas de saúde. A partir da Psicologia Comunitária procurou-se compreender o modo de vida da comunidade ribeirinha São Thiago e as implicações da MPC/2016 no reconhecimento, valorização e proteção dos conhecimentos tradicionais dessa comunidade. Concluímos que a MPC/2016 pode ser considerada como uma Tecnologia Social e, por outro lado, que estudos sobre o complexo modo de vida da comunidade ribeirinha amazônica agregam informações de interesse para futuros estudos na área da Psicologia Social e na adequação de políticas públicas contextualizadas e integradas à realidade local.