Trauma cardíaco fatal na cidade de Manaus – Amazonas, Brasil
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Medicina Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Cirurgia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6296 |
Resumo: | JUSTIFICATIVA: Poucos estudos comentam a maneira como os ferimentos cardíacos fatais estão implicados nas causas de óbitos e sua relação com os mecanismos de morte, tais como a exsanguinação e o tamponamento cardíaco. OBJETIVOS: (1) Verificar o índice de trauma cardíaco fatal na cidade de Manaus, no período de novembro de 2015 a outubro de 2016; (2) esclarecer os mecanismos de trauma e de morte, além dos casos que receberam ou não tratamento hospitalar prévio, assim como as lesões associadas ao trauma cardíaco. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo retrospectivo, observacional, transversal, que revisou os laudos de necrópsias dos indivíduos admitidos no Instituo Médico Legal (IML) entre novembro de 2015 e outubro de 2016, cuja causa mortis tenha sido o trauma cardíaco. RESULTADOS: No período do estudo, foram analisados 138 óbitos por trauma cardíaco dentre 2.306 necrópsias realizadas no IML, correspondendo a um índice de 5,98%. O sexo masculino foi afetado em 92% dos casos, enquanto as mulheres, em 8%. A mediana de idade foi de 27 para os homens e de 30 anos para as mulheres. A arma de fogo foi o mecanismo de trauma em 62,3% e a arma branca em 29,7%. Quanto à morfologia das lesões, 47,8% e 42% dos indivíduos apresentavam lesões perfurantes e transfixantes, respectivamente. O mecanismo de morte foi a exsanguinação em 81,9% dos casos, enquanto o tamponamento em 29%. O óbito no local foi descrito em 86,2% dos casos e a mediana de tempo entre o trauma e o óbito foi de 50 minutos. O local anatômico de lesão cardíaca mais comum foram os ventrículos. Em 43,5% dos casos, as lesões eram únicas, ao passo que em 20,3% eram múltiplas. O hemotórax foi descrito em 90,6%. Apenas 23 (16,7%) dos doentes foram removidos até o pronto-socorro. Destes, seis (26,2%) não foram submetidos à toracotomia para o tratamento das lesões, sendo o diagnóstico realizado post mortem no IML. Das 300 lesões associadas, o pulmão foi acometido em 57% unilateralmente e 43% bilateralmente. CONCLUSÕES: O trauma cardíaco fatal representou um índice de 5,98% na cidade de Manaus. A maioria dos doentes morre na cena do trauma, geralmente devido à exsanguinação, com lesões perfurativas e transfixantes por arma de fogo, principalmente nos casos de óbito na cena do trauma, geralmente com lesão pulmonar e hemotórax associado. Cerca de um quarto dos pacientes que chega ao pronto-socorro e evolui ao óbito, não é diagnosticado com trauma cardíaco para justificar uma toracotomia. |