Avaliação na captura de peixes com malhadeiras nos períodos do ciclo hidrológico e do dia em Lagos de Várzea, Amazonas, Brasil
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Ciências Agrárias Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Ciências Pesqueiras nos Trópicos |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5418 |
Resumo: | Ritmo diário é o período de um dia sobre o qual se baseia todo o ciclo biológico tendo relevância na atividade de peixes, uma vez que a sua movimentação promove mudanças na composição das assembleias em resposta às mudanças do meio ambiente. Nesse contexto o trabalho propõe analisar a variação sazonal e diária das assembleias de peixes em lagos de várzea, AM, Brasil. A coleta dos peixes foi realizada em lagos de várzea do sistema lago Grande de Manacapuru, Ilha do Risco e Ilha da Marchantaria nos períodos de enchente, cheia e vazante, localizados no médio Solimões-Amazonas. Os peixes foram capturados com baterias de malhadeiras de vários tamanhos de malha que permaneceram na água por 24 horas, com despesca a cada seis horas. Após a captura os peixes foram identificados e agrupados em períodos do dia conforme o horário de coleta (diurno, 12 h; amanhecer, 6 h; noturno, 24 h e anoitecer, 18 h) para cada período. Foram capturados um total de 12847 exemplares, distribuídos em 168 espécies pertencentes a 9 ordens, 27 famílias. O grupo mais diversificado foi o Characiformes seguido de Siluriformes, Clupeiformes e Perciformes. Triportheus angulatus foi dominante na enchente e cheia enquanto de Potamorhina latior foi na vazante, seguidas de Potamorhina latior, T. albus e P. nattereri na enchente, cheia e vazante respectivamente. A composição taxonômica e a estrutura das assembleias variaram entre os horários do dia em cada período. Na enchente T. angulatus foi a dominante ao amanhecer e no período noturno, enquanto que P. latior foi dominante no período diurno e ao anoitecer. Na cheia T. angulatus continuou sendo a dominante no período noturno e anoitecer, P. latior no amanhecer e Hemiodus “rabo vermelho” no período diurno. Na vazante P. nattereri foi dominante no amanhecer, H. edentatus no período diurno e P. latior nos períodos anoitecer e noturno. A análise de correspondência (CA) analisou padrões de ocorrências diárias para espécies com capturas acima de 1% nos períodos do ciclo hidrológico e identificou forte associação da ictiofauna capturada nos períodos amanhecer e noturno na dimensão 1 e nos períodos diurno e anoitecer na dimensão 2. Na cheia a CA identificou forte associação das capturas nos períodos diurno, noturno e amanhecer na dimensão 1 e forte associação ao amanhecer na dimensão 2. Na vazante a CA mostrou forte associação no período diurno na dimensão 1 por outro lado uma forte associação nos períodos anoitecer, noturno e amanhecer na dimensão 2. Na análise estatística para os descritores ecológicos (riqueza, dominância, índice de diversidade de Shannon, equitabilidade e CPUE) entre os horários do dia nos três períodos hidrológicos indicaram diferenças significativas para CPUE e riqueza nos períodos hidrológicos e do dia com maiores valores de CPUE(n) na vazante e riqueza na enchente. Com relação as 14 espécies mais abundantes foram observadas diferenças significativas nas captura de T. angulatus e Pellona flavipinnis entre os períodos do dia e para P. nattereri e Acestrorhynchus falcirostris entre os períodos hidrológicos. A mudança na composição e estrutura das assembleias de peixes ao longo do dia, observada no presente estudo, está ligada à movimentação diária das espécies diurnas e noturnas, possivelmente relacionadas com a alimentação e predação. Outro fator que pode está influenciando na composição e estrutura das assembleias de peixes ao longo do dia é a visibilidade das malhadeiras por parte das espécies com maior acuidade visual durante o dia. |