Irasshaimase - pós-modernidade, individualidade e identidade na obra Querida Konbini, de Sayaka Murata

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Figueira, Sarah Micaia Benevides
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/3139775247620657, https://orcid.org/0000-0002-7315-4057
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Letras
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10496
Resumo: A pós-modernidade é caracterizada como a época do imediatismo e consumismo, em que o indivíduo é fragmentado e deslocado. O trabalho, os espaços públicos e a vida passam ao setor privado; bem como, questões identitárias como sexualidade, gênero e nacionalidade tornam-se fatores de inclusão e exclusão. O indivíduo pós-moderno é forçado a estabelecer sua identidade em fragmentos, recortes baseados em padrões de existência. Nesse contexto, Sayaka Murata retrata em sua obra Querida Konbini (2018) o fenômeno de desaparecimento do indivíduo na sociedade japonesa pós-moderna. O objetivo principal da presente investigação é analisar os aspectos de identidade e individualidade na sociedade pós-moderna japonesa representadas na obra Querida Konbini, de Sayaka Murata. De natureza bibliográfica, foram utilizados como aporte teórico Stuart Hall (2020), Zygmunt Bauman (2021;2022), Richard Sennett (2015), David Le Breton (2018;2022;2023), Yuko Iida (2019), Noriko Mizuta (1987), Virginia Woolf (2014) e Teresa de Lauretis (2019). Há um crescimento contínuo de obras japonesa de autoria feminina traduzidas para o Brasil. Dessa forma, a pesquisa atende a necessidade de compreender tal fenômeno na ótica de estudos literários contemporâneos. A pesquisa foi realizada em três momentos: primeiro, análise da personagem Keiko Furukura a partir da contextualização do indivíduo pós-moderno, forçado a manter um estilo de vida incessante; segundo, a construção identitária de Keiko com base nas marcas sociais como gênero, sexualidade e corpo; terceiro, a investigação da construção do corpo de Keiko por meio dos sons da loja de conveniência e da relação entre indivíduo e espaço. Conclui-se que Keiko é um indivíduo que não se encaixa nos padrões sociais japoneses, tanto na questão profissional quanto pessoal e, como solução às constantes imposições da sociedade, recorre à loja de conveniência como refúgio, tornando-se um instrumento do lugar, uma “Funcionária”. A completa indiferença em relação ao mundo externo, atitude tomada como resistência no desfecho da obra, permite que Keiko continue movimentando a grande máquina, a sociedade japonesa pós-moderna, não como indivíduo, mas como instrumento, metamorfoseando-se em um corpo-máquina e optando por permanecer em um tempo estático e espaço limitado, a loja de conveniência.