Cidade e trabalho autônomo: um estudo sobre a percepção dos mototaxistas da cidade de Manaus/Am

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Anderson Lincoln Vital da
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5760086972865304
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Ciências Agrárias
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4702
Resumo: O presente estudo teve por objetivo investigar as percepções dos mototaxistas na cidade de Manaus-AM em relação à saúde ambiental e aos riscos a partir do seu trabalho de exposição constante às intempéries ambientais. A pesquisa buscou delinear o perfil socioeconômico desses trabalhadores, possibilitando discutir a relação cidade e trabalho, enquanto condicionantes à renda e condições laborais além de evidenciar as subjetivações em relação à saúde ambiental a partir das atividades cotidianas. De modo especial, os mototaxistas expressam suas percepções sobre riscos ambientais e saúde psicossocial relacionando ao desempenho de suas funções, e suscitam medidas de proteção socioambiental que esses trabalhadores consideram necessárias. Os sujeitos da pesquisa foram trabalhadores vinculados à Cooperativa dos Mototaxistas da Cidade de Manaus com no mínimo dois anos de habilitação na respectiva categoria. Os dados foram obtidos a partir de entrevista semiestruturada que foi aplicada a 25 trabalhadores (todos homens) em suas bases de atuação (locais de espera dos usuários). Os dados foram analisados segundo a técnica da análise de conteúdo proposta por Bardin (1997). Os resultados obtidos demonstram que os participantes são adultos jovens, em sua maioria, na faixa etária de 20 a 40 anos de idade, com ensino médio completo, solteiros, porém com filhos. Quanto à jornada de trabalho, 64% destes têm uma jornada de até doze horas diárias, para obter um ganho na faixa de R$ 2.000,00 mensais, e apesar da exigência legal de sua contribuição para o INSS, apenas 20% destes o fazem. No exercício de sua profissão, são exigidos equipamentos obrigatórios, porém o único que todos eles possuem é o capacete; o que aumenta o risco de sua atividade, não somente para si e seus passageiros, pois realizam manobras arriscadas no trânsito para ganhar tempo. Devido às condições de seu trabalho, as ruas e o trânsito, são expostos a uma extensa jornada de trabalho, alternância climática, fadiga e violência do trânsito. Por isso, apesar de reconhecerem as vantagens do trabalho autônomo (liberdade de autoridade hierárquica, ganho financeiro diário, baixo investimento em sua motocicleta), não indicariam esta profissão para seus filhos. Deste modo, percebem que a atividade do mototaxismo é consequência da situação socioeconômica marcada pelo desemprego, baixa escolaridade, aliada ao baixo investimento para aquisição da motocicleta; a qual levou a vislumbrarem nesta profissão o meio para sustento próprio, apesar dos riscos inerentes a ela.