Rosa Sangrenta de Maria Teresa Horta e a ressignificação do sangue menstrual

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Machado, Rosiane Eufrazio
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5287007534707711
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Letras
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8227
Resumo: Esta dissertação de mestrado se organiza com base no objetivo geral de analisar os poemas de Rosa Sangrenta − livro publicado no ano de 1987 − a fim de pôr em evidência como Maria Teresa Horta ressignifica o sangue menstrual, favorecendo a desconstrução de um tabu. Com base nesse objetivo, outros três se desdobraram, sendo um deles explanar sobre como a escrita da autora é sustentada por um campo lexical que prioriza o uso de metáforas para tratar do sangue menstrual; o outro consiste em discutir sobre o corpo feminino e as imagens reducionistas e estereotipadas que marcam sua construção dentro do corpo social, vinculando-as às do livro corpus desta pesquisa, e o último se propõe a expor a organização do livro, revelando a unidade temática que lhe dá sustentação. A proposta da pesquisa foi bibliográfica, consistiu em uma análise poemática e apoiou-se na teoria crítica de Theodor W. Adorno, presente em Poesia Lírica e Sociedade , haja vista que ele subsidiou a aproximação entre o texto literário e os saberes de outros campos, tais como Antropologia, História, Sociologia, Psicanálise e Filosofia, aqui aplicados para discutir não só a menstruação, mas também o corpo e as relações de gênero − que contribuem significativamente para a manutenção do silenciamento que pesa sobre o corpo feminino e tudo o que lhe é próprio. Analisaram-se os poemas respeitando os elementos que o constituem e, quando pertinente, aspectos do corpo social foram levantados para traçar um paralelo com o que foi exposto pelo eu-lírico. Dentre as conclusões obtidas, ressalta-se a importância de Rosa Sangrenta enquanto um dos poucos livros que se propõem a falar da menstruação, além de ressignificar esse sangue menstrual, primeiramente pelo uso da linguagem poética, o que é incomum, e em seguida pelo fato de os poemas apresentarem abordagens que se insurgem contra os discursos ideológicos vigentes.