Caracterização Molecular da infecção pelo papilomavírus humano em lesões de colo de útero de mulheres submetidas ao tratamento cirúrgico no serviço de alta complexidade do Estado do Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Farah, Heidy Halanna de Melo
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/7741833326410760
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Imunologia Básica e Aplicada
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6637
Resumo: O câncer cervical apresenta taxas de incidência alarmantes na região Norte do Brasil, tendo o Amazonas uma taxa de 53/100.000 mulheres. A persistência e presença do Papillomavírus humano (HPV) de alto risco está relacionada com o desenvolvimento desta neoplasia. Cerca de 70% dos casos de câncer cervical são pelos genótipos HPV 16 e 18, sendo os mais frequentes em todas as regiões geográficas, contudo, estudos no Brasil mostram uma variabilidade genotípica. Desta forma, o objetivo deste estudo foi caracterizar os genótipos do HPV mais prevalentes em mulheres com câncer cervical ou neoplasia intra-epitelial de grau III (NIC III), tratadas em um centro de referência em oncologia do estado do Amazonas. Tratou-se de um estudo observacional, transversal, descritivo, realizado na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCECON), em mulheres submetidas a cirurgia de histerectomia total. Para detecção do HPV foram utilizados os métodos de PCR em Tempo Real para HPV 16 e 18, PCR genérica (PGMY09/11) e o kit comercial PapilloCheck® (Greiner Bio-One, Germany). Das 42 mulheres incluídas no estudo, 30,95% possuíam diagnóstico de NIC III e 69,05% de carcinoma invasor, tendo frequência do HPV de 86,2%. A prevalência do HPV em lesões de NIC III foi de 92,3% e em carcinomas invasores foi de 86,2%. Os genótipos mais frequentes foram HPV 16 (70,27%), seguido do HPV 18 (21,62%). Foi encontrado o HPV 06 em uma paciente, que tinha coinfecção por HIV e EBV, apresentando diagnostico de NIC III. Foram encontrados 5,4% de genótipos indeterminados do HPV. Houve significância estatística quanto a idade das mulheres e a presença do HPV (p=0,020). Quanto ao estadiamento FIGO as pacientes apresentaram estádio mais frequente em 1BI (23,8%). Três pacientes apresentaram estadiamento IIB, IIIB e IVB. O tipo histológico mais frequente nas pacientes com carcinomas invasores foi o carcinoma de células escamosas (52,4%), seguido do ADC com 14,3% e um caso de adenoescamoso. A distribuição media da idade em relação aos genótipos do HPV e o status patológico da paciente, mostrou que as mulheres com genótipos HPV 16 e 18 eram mais velhas (p=0,350), assim como as mulheres com carcinoma invasor (p=0,096). O HPV 06 encontrado em uma das pacientes, é um genótipo de baixo risco e foi relatado o seu envolvimento na patogênese de lesão de alto grau, estando associado a outros vírus. O estadiamento encontrado nas pacientes é um fator de prognostico para o tratamento da doença, porém, são necessários outros estudos, como análises de sobrevida dessas pacientes. A prevalência do tipo histológico adenocarcinoma apresentou-se alta e sua associação com genótipos do HPV de maior oncogenicidade, pode torná-lo mais agressivo como visto em outros estudos. Sendo o HPV 16 o mais prevalente nas lesões de alto grau ou no carcinoma invasor, são necessários novos estudos sobre as mutações no DNA do HPV 16 para entender a sua patogenicidade nos diferentes tipos histológicos.