Uma análise do verbo poder do português brasileiro à luz da HPSG e do léxico gerativo
Ano de defesa: | 2012 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras BR UFAM Programa de Pós-graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2375 |
Resumo: | Este trabalho apresenta uma análise tanto sintática quanto semântica do verbo poder do português brasileiro. Para alcançar esse objetivo, partiu-se de uma revisão de literatura, a qual compreendeu trabalhos dedicados ao estudo da auxiliaridade e da modalidade, a fim de verificar o que essas questões implicam e o que geralmente é levado em consideração para classificar o verbo investigado como auxiliar e/ou modal. Como alicerces deste trabalho, foram utilizadas duas teorias, quais sejam, a HPSG (Head-Driven Phrase Structure Grammar Gramática de Estruturas Sintagmáticas Orientadas pelo Núcleo), um modelo de gramática gerativa orientada pela superfície, a qual é constituída de um componente fonológico, um sintático e um semântico, e o GL (The Generative Lexicon O Léxico Gerativo), um modelo lexicalista de interpretação semântica de língua natural, que se propõe a lidar com problemas como a composicionalidade, a criatividade semântica e a polissemia lógica. Devido ao fato de esses modelos não conseguirem lidar com o verbo poder do português brasileiro como eles foram propostos originalmente, foi necessário utilizar o GL para fazer algumas modificações na HPSG, a fim de enriquecer semanticamente esse modelo de gramática, de modo que ele consiga dar conta da polissemia lógica do verbo poder, de seu comportamento como verbo de alçamento e de controle, da saturação de seu argumento interno, além de identificar quando ele é um verbo auxiliar. A análise mostrou que: (a) quatro são os significados inerentes ao verbo poder, quais sejam, CAPACIDADE, HABILIDADE, PERMISSÃO e POSSIBILIDADE; (b) para saturar o argumento interno do verbo poder, o sintagma candidato a saturador deve ser do tipo [proposição], e o núcleo desse sintagma deve ser do tipo [evento] e, não havendo essa identidade de tipos, recorre-se à aplicação da construção de coerção de tipo para recuperar o tipo solicitado por aquele verbo; (c) poder é verbo de alçamento quando significa POSSIBILIDADE e, nesse caso, não seleciona argumento externo. Ou seja, aceita como sujeito qualquer que seja o sujeito de seu VP-complemento; (d) poder é verbo de controle quando significa CAPACIDADE, HABILIDADE e/ou PERMISSÃO e, nesse caso, requer que o sintagma saturador de seu argumento interno seja ou do tipo [entidade], quando significa CAPACIDADE, ou do tipo [animal], quando significa HABILIDADE e/ou PERMISSÃO; (e) poder só é verbo auxiliar quando é um verbo de alçamento, pois só nessa situação não impõe restrições selecionais quanto ao argumento externo; e (f) poder é considerado um verbo modal porque pode expressar uma noção epistêmica possibilidade e pelo menos três noções não epistêmicas de modalidade capacidade, habilidade e permissão. |