Valor da anuscopia com magnificação de imagem no diagnóstico de lesões precursoras do câncer anal em pacientes HIV+ atendidos na Fundação de Medicina Tropical do Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Gimenez, Felicidad Santos
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/0721535288925111
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Medicina
Brasil
UFAM
Programa de Pós-Graduação em Patologia Tropical
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
HPV
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4468
Resumo: INTRODUÇÃO: A incidência do câncer anal, cerca de 1,5% dos tumores malignos do trato digestório, vem aumentando em homens que fazem sexo com homens acometidos pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV+), para até 70/100.000 pessoas com os mesmos hábitos. O desenvolvimento desse câncer é decorrente de vários fatores, dentre eles, a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), a imunodepressão e a prática do sexo anal. As similitudes com o desenvolvimento do câncer cervical (presença de lesões precursoras de baixo e alto grau, que podem ser diagnosticadas precocemente) têm inspirado a realização de vários estudos para estabelecer rotinas de detecção e tratamento das lesões precursoras desse câncer, visando a sua prevenção. A anuscopia com magnificação de imagem (AMI) faz parte dessa rotina diagnóstica, porém a literatura médica ainda é escassa a respeito do papel desempenhado por essa modalidade. Este estudo pretende verificar a validade do exame comparando-o com o resultado da histopatologia, nos pacientes HIV+ atendidos na Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-AM). MÉTODOS: Os 128 pacientes foram submetidos ao exame proctológico com coleta de células do canal anal e através da técnica da reação da cadeia de polimerase (PCR), pesquisou-se a presença do HPV. A seguir, realizou-se AMI com aplicação tópica anal de ácido acético 3% por 2 minutos. As lesões acetobrancas (ACB) detectadas foram anotadas quanto à sua localização, classificadas quanto à qualidade tintorial, ao aspecto focal ou coalescente, ao relevo, à superfície e ao padrão vascular. Diante das características imagenológicas das lesões observadas, essas foram classificadas em normais, lesões de baixo (LSIL) ou alto grau (HSIL) para o desenvolvimento do câncer anal. Foram feitas biópsias sob anestesia local das lesões ACB, para exame histopatológico. RESULTADOS: A AMI apresentou sensibilidade de 90%, especificidade de 19,23%, valor preditivo positivo de 41,66%, valor preditivo negativo de 75%, e coeficiente kappa de 0,076. Das lesões analisadas foi encontrado nas HSIL, uma visibilização mais freqüente de 68% ACB denso, 61% plano, 61% lisa, 83% não-papilar e 70% do padrão vascular normal, enquanto que as LSIL foram 66% ACB denso, 68% plano-elevado ou elevado, 59% granular, 62% não-papilar e 53% de padrão vascular normal. Gênero, idade, escolaridade e cor da pele não representaram fatores associados ao desenvolvimento de lesões ACB e lesões intraepiteliais escamosas anais (ASIL). Para os fatores de risco, implicados na carcinogênese anal e, em relação a esses fatores, não houve significância estatística na ocorrência de lesões ACB. No entanto, para as ASIL, demonstrou-se relevância entre os adeptos do sexo anal (p = 0,0493) e a presença de infecção pelo HPV (p = 0,006). CONCLUSÃO: A AMI demonstrouse sensível, porém não específica na detecção das ASIL. Não foi encontrada a associação entre os resultados histopatológicas da AMI e a presença de infecção anal pelo HPV. A prevalência de HPV na população estudada foi de 79% e a de ASIL foi de 39,1%. Baseado nos dados imagenológicos, o padrão de relevo e superfície puderam fazer distinção entre LSIL e HSIL, enquanto que as outras características não apresentaram relevância.