Memórias, cotidianos e histórias: retalhos de identidades de mulheres negras em construção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Andreza Cristina da Costa
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/0273992266453260
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7349
Resumo: Pesquisas na psicologia tendo como temática principal as mulheres negras têm sido mínimas se considerarmos a diversidade étnico-racial, de gênero, social e econômica brasileira. Estudos críticos apontam para a participação histórica da psicologia como protagonista e cúmplice de produções hegemônicas que fortalecem a reprodução das conjunturas de opressão. Diante desse cenário e, somando à maneira como a mulher negra é evidenciada no contexto histórico e social do país, constata-se que as conjunturas do racismo patriarcal foram sendo atualizadas em cada período histórico, cabendo à ciência identificar e elaborar reflexões acerca dos dispositivos de opressão existentes e formas de enfrentamento. Com aporte teórico da Psicologia Social Crítica, da Interseccionalidade e da Psicologia da Libertação, referenciados pelos autores Aluísio de Lima, Antônio Ciampa, Stuart Hall, Prado, Kimberlé Crenshaw, Conceição Nogueira e Ignacio Martín-Baró, o presente estudo pretende conhecer os processos identitários de mulheres negras em três gerações, através de um resgate da memória histórica e de uma análise sobre estes registros, tendo como eixos a desideologização do senso comum e a potencialização das virtudes. A pesquisa de cunho qualitativo, contou com 11 participantes com idades entre 17 e 60 anos. Os instrumentos utilizados para a produção dos dados foram: diários autobiográficos, grupos focais e entrevistas. Os dados foram analisados através da Teoria Fundamentada dos Dados, que permitiu apreender através de hipóteses contrastadas, os nuances identitários de cada participante e a construção de uma hipótese integradora abarcando o universal, o singular e particular acerca de seus processos. Os resultados apontaram que a vivência de mulher negra está associada à demarcação de características raciais (fenótipos), sendo estes e suas subjetividades, ‘alvos’ de preconceito racial. As estratégias de resistências são apresentadas ora como fuga à imposição do lugar de mulher negra, ora como potência emancipatória na positivação da negritude. Espera-se que o estudo contribua para a ampliação do diálogo sobre os processos identitários de mulheres negras, implicando a dinâmica social e os processos históricos na constituição subjetiva, visando favorecer o rompimento dos mecanismos de violência racial e de gênero que incidem sobre as subjetividades.