O envolvimento de polimorfismos dos genes IL4 e IL13 em perfis de citocinas Th2 em indivíduos com leishmaniose cutânea causada por Leishmania guyanensis no estado do Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Espírito Santo Júnior, José do
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/4670741584914314, https://orcid.org/0000-0002-7922-6090
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Imunologia Básica e Aplicada
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9544
Resumo: Leishmanioses são doenças parasitárias causadas por protozoários do gênero Leishmania spp. Eles são transmitidos ao hospedeiro por vetores flebotomíneos infectados durante o repasto sanguíneo. Leishmania são parasitos intracelulares obrigatórios e invadem as células fagocíticas do hospedeiro causando uma variedade de manifestações clínicas. A leishmaniose cutânea (LC) é forma mais comum da doença e afeta milhões pessoas por ano no mundo. A reposta de defesa contra o parasito é dirigida pelo sistema imune e o patrimônio genético do hospedeiro. As citocinas inflamatórias e pró-inflamatórias são mediadores chave da resposta imune adaptativa à leishmania. Enquanto IFN-γ secretado por Th1 induz proteção, as citocinas IL-4 e IL-13 secretadas por Th2 causam suscetibilidade à LC. Neste estudo, investigamos os genes IL4 e IL13 e seus papéis no desenvolvimento de LC causada por Leishmania guyanensis (L.g) e seus efeitos nas expressões de citocinas do perfil Th2. Nove variantes cobrindo o gene IL13 e oito variantes no gene IL4 foram genotipadas em 855 pacientes com LC (casos) e 859 indivíduos saudáveis (controles) usando as técnicas de RFLP (restriction fragment length polymorphism) e sequenciamento nucleotídico. No gene IL13 nenhuma das variantes foram associadas com o risco de desenvolver LC. Contudo, análises de haplótipos incluindo as nove variantes no gene IL13 revelaram que portadores dos haplótipos H8 possuem 180% mais risco de desenvolver LC-L.g (Odds Ratio (OR) = 2.8 [95% Intervalo de confiança (IC) 1.7 – 4.2]; p-valor = 3 x 10-6). Outro haplótipo, H11 também está associado à suscetibilidade para desenvolver LC-L.g (OR = 2.5 [95% IC 1.5 – 4.1]; p-valor = 0.5 x 10-5). Em contrapartida, portadores de H10 tem 94% menos risco de desenvolver LC-L.g (OR = 0.06 [95% IC 0.03 – 0.14]; p-valor = 1.3 x 10-17). Portadores para H12 (OR = 0.04 [95% IC 0.01 – 0.15]; p-valor = 1.1 x 10-10) e H13 (OR = 0.07 [95% IC 0.02 – 0.2]; p-valor = 2.5 x 10-8). Os genótipos de rs2069744, rs20541, rs1295685, rs847 e rs848 foram correlacionados com aumento de concentrações de IL-5 entre pacientes. A variante rs20541 foi correlacionado altas concentrações de IL-13, enquanto rs2069744 e rs848 foram correlacionadas altas de concentrações de IL-4 também nos pacientes. No gene IL4, não se realizou análises de associação genética devido a limitação do tamanho amostral. Nossos resultados mostram que no gene IL13 três haplótipos estão associados a resistência e dois ligados à suscetibilidade. Nossos achados sugerem a possibilidade de outra variante fora da região do gene está associada a suscetibilidade à LC-L.g.