A travessia do Sairé: estudos para o desenvolvimento de um olhar ecossistêmico e semiótico da comunicação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Lima, Nair Santos
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5179544258199580
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4869
Resumo: O festival Sairé é uma manifestação cultural que ocorre há cerca de 350 anos na vila de Alter do Chão, no oeste paraense. Essa manifestação, composta por elementos religiosos e rituais indígenas, resulta da miscigenação cultural entre nativos e colonizadores europeus, que aportaram em terras brasileiras em viagens missionárias, a partir da segunda metade do século XVII. No Tapajós, a tribo que habitava a região onde se localiza a atual vila de Alter do Chão era a Borari e, tal como ocorreu nas demais etnias, o modo de aproximação entre índios e jesuítas fora, de um lado, pelo acesso dos estrangeiros aos rituais festivos: batuques, danças, comidas e bebidas e, por outro, com o auxílio de um instrumento, um semicírculo de cipó enfeitado de fitas que, segundo os missionários, representava as três pessoas da Santíssima Trindade, a que os índios nomearam de Sairé. Ainda hoje, esse evento que tem promovido o turismo dessa região traz, em sua base germinal, a dificuldade de entendimento sobre sua significação. Nesse percurso, a festividade do Sairé foi proibida pela igreja católica, mas ressurgiu três décadas adiante, porém, mais organizada. A partir dessa exposição, buscou-se conhecer em que consiste o festival Sairé sob o ponto de vista comunicacional, ecossistêmico e semiótico, apoiado pelos parâmetros sistêmicos – ferramentas adequadas à análise de qualquer fenômeno – e que tem, como base, a teoria geral dos sistemas – TGS. O corpus investigado se refere ao ano de 2012, compreendido entre os dias 13 e 17 de setembro. Para esse propósito, essa pesquisa foi desenvolvida a partir dos estudos de Vieira (2006, 2007); de Niklas Luhmann (2011), sobre a teoria dos sistemas sociais, e nos estudos de Semiótica, de Charles Sanders Peirce, a partir das três modalidades de linguagem: sonora, visual e verbal desenvolvida por Lucia Santaella (2001, 2005 e 2008). Concluiu-se que esse fenômeno cultural apresenta-se como um sistema complexo e aberto, no qual os processos comunicacionais constituem-se em práticas de vinculação, em suas ações sociais, construções políticas, arranjos econômicos e propostas de linguagem.