O gozo dos Mistérios: antropofagia e território no Mangue de Carnaval
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20447 |
Resumo: | O presente trabalho apresenta a proposta de pesquisar a montagem teatral de Mistérios Gozozos, realizada em 1994 e 2015 pelo Grupo de Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona. A peça é elaborada a partir do poema dramático O Santeiro do Mangue, de Oswald de Andrade, escrito entre os anos de 1935 a 1950. Nesse texto híbrido, publicado postumamente, Andrade escolhe o Mangue, zona de baixo meretrício carioca, para confrontar a miséria, a marginalização e o projeto de desenvolvimento urbano das elites durante a primeira metade do século XX. Em Mistérios Gozósos, o Oficina se apropria de diversos gêneros teatrais para criar coletivamente um Mangue que abriga as desigualdades e contradições de um grande centro urbano do final do século XX e início do século XXI. Abordamos o espetáculo como criação autônoma que constrói uma relação de diálogo com o texto literário, realizando no processo um novo trabalho. Desta forma, não é o objetivo da pesquisa colocar uma das obras em posição superior à outra, tampouco conferir a fidelidade do teatro em relação ao poema. Para analisar a relação entre texto e peça teatral, foram levantadas questões que possam iluminar como se dá a configuração de determinados aspectos, a saber: a mudança no contexto histórico e social, o processo feito pelo teatro na vocalização e musicalização da poesia escrita, a mudança decorrente de uma criação individual, na obra escrita para uma elaboração coletiva, no teatro, as configurações da postura antropófaga em cada uma das obras, o posicionamento político que cada uma das obras assume diante do tema representado e a forma como o teatro apresenta uma obra literária ao público. Espera-se, através desta pesquisa, contribuir para o estudo das relações entre literatura e teatro e para o estudo da constituição da autonomia no pensamento cultural brasileiro através da antropofagia, postura de criação assumida por Andrade, na literatura e pelo Oficina, no teatro |