Farinha do caroço de açaí (Euterpe oleracea Mart.): caracterização e efeitos da adição desta farinha em modelo murino de obesidade induzida por dieta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Renata Cristina da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16295
Resumo: A obesidade é um importante problema de saúde pública, principalmente por estar associada ao aparecimento de diferentes comorbidades. Diversos alimentos têm sido utilizados como estratégia para minimizar os efeitos deletérios da obesidade. O açaí, fruto típico brasileiro, tem apresentado grande potencial com efeitos benéficos à saúde. Parte do fruto, cerca de 85%, é composto pelo caroço, que é desprezado gerando grande impacto ambiental. O objetivo do trabalho foi caracterizar a farinha do caroço do açaí (FCA) e investigar os efeitos da adição dietética desta farinha no desenvolvimento da obesidade em modelo murino induzida por dieta. Camundongos machos C57BL/6 com 21 dias de vida foram divididos em cinco grupos: dieta padrão (CG); dieta padrão com FCA (CA30, dieta padrão contendo 30% da FCA); dieta hiperlipídica (HFD); dietas hiperlipídicas com FCA (HFA15 e HFA30, dieta hiperlipídica contendo 15% ou 30% da FCA, respectivamente) durante 12 semanas. Foi realizada a caracterização da FCA e avaliados o consumo alimentar, evolução ponderal, efeito de marcadores bioquímicos do estado nutricional e de toxicidade, assim como o efeito no metabolismo lipídico, expressão de proteínas envolvidas na lipogênese e metabolismo de colesterol e aspectos morfológicos dos tecidos adiposo e hepático. A análise estatística foi realizada utilizando análise de variância one way ANOVA ou Kruskall-Wallis com significância estatística para p < 0,05 e pós testes de Tukey ou Dunn. A FCA apresentou 91,1% de carboidratos, 6,7% de proteína e 2,2% lipídeos, além de 9,6% de fibras, sendo 9,3% de fibras insolúveis e 0,3% de fibras solúveis. A concentração média de polifenois totais da FCA estudada foi de 19,95 ± 2,7 mg GAE.g 1. Os animais que receberam dieta hiperlipídica apresentaram sobrepeso, maior quantidade de massa gorda, efeitos negativos nos parâmetros bioquímicos de estado nutricional e toxicológicos, maiores concentrações de glicose, insulina, leptina e maior índice de resistência à insulina, perfil lipídico alterado, presença de esteatose hepática e aumento da obesidade hipertrófica. A FCA apresentou efeito protetor no ganho de peso dos animais, melhora do perfil lipídico e preveniu a resistência à insulina, normalizando concentrações de glicose, insulina e leptina. Os resultados mostram que a FCA reduz a lipogênese, prevenindo o desenvolvimento de esteatose hepática e evitando o desenvolvimento da obesidade hipertrófica. Observou-se ainda, influência do consumo da FCA na modulação de proteínas envolvidas na síntese e excreção do colesterol. O aumento do peso fecal nos grupos que consumiram a FCA demonstra importante ação das fibras também na excreção de ácidos biliares e colesterol. O consumo da FCA também demonstrou resultados importantes no grupo CA30, indicando que seu uso traz benefícios também na dieta com baixo teor de lipídeos. Os parâmetros bioquímicos de estado nutricional e toxicidade não foram alterados com o consumo da FCA, sugerindo que não há efeitos tóxicos nem prejudiciais ao estado nutricional dos animais e que o uso preventivo da FCA no desenvolvimento da obesidade e suas comorbidades possui ação protetora em ambos os grupos.