Efeito da resistência à insulina na variação do índice de massa corporal, glicemia e colesterol em adolescentes.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cruz, Valéria Lima da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4419
Resumo: O objetivo principal desta dissertação foi avaliar o efeito da resistência à insulina (RI) na variação do colesterol, glicemia e índice de massa corporal, em adolescentes. Para tal, foi realizado uma análise de subgrupo com sobreamostragem de 81 adolescentes com sobrepeso e obesidade na linha de base (lb), em uma coorte de escolares submetidos a uma intervenção (2005) entre 10 e 12 anos provenientes de 20 escolas públicas de Niterói- Rio de Janeiro, Brasil. A aferição de peso e estatura e as medidas bioquímicas (colesterol total, glicemia) foram realizadas no início e ao término do seguimento (8 meses), tendo a insulina sido coletada apenas na linha de base. A detecção da RI foi definida baseando-se no índice Homeostasis Model Assessment (HOMA-IR) com o ponto de corte 2,5 para ambos os gêneros. As características dos grupos foram comparadas através do teste T de Student e associação pelo teste Qui- Quadrado e teste exato de Fischer. Modelos lineares generalizados com distribuição Poisson e função de ligação log foram implementados com vista à estimar o risco relativo do efeito da RI na mudança de sobrepeso/obesidade, hiperglicemia e hipercolesterolemia. Também foi realizado análises de regressão linear de medidas repetidas com efeitos aleatórios para avaliar as diferenças entre os grupos de RI, para os desfechos contínuos de IMC, glicemia e colesterol. As análises foram realizadas no software SAS (versão 9.4, SAS Institute, Cary, NC). A amostra foi composta por 65,4% de meninas e a prevalência de excesso de peso foi de 54,7% entre elas e 50,0% em meninos. A prevalência de resistência à insulina foi de 75,2%, sendo de 27,9% em meninos e 72,1% em meninas, sendo esta diferença significativa entre os sexos (p=0,02). Adolescentes com resistência à insulina na linha de base associaram com a variável sobrepeso/obesidade (p= 0,02), com um risco relativo (RR) de 1,29 (IC95%= 1,09-1,54), entre aqueles com RI. O RR para hiperglicemia foi 1,12 (IC95%=1,04-1,20) e está também se associou com homa na lb (p= 0,02). Já a hipercolesterolemia não foi associado com a RI na linha de base. Contudo, não foi significativo a mudança no seguimento para nenhum desses modelos. Já os resultados para os desfechos contínuos apontam para diferenças significativas com efeito da RI no sexo para mudança do peso entre as meninas (p=0,02). Em ambos os sexos, valores de HOMA-IR superiores a 2,5 na lb apresentaram menor variação no IMC. Os modelos para glicemia e colesterol não apresentaram variação significativa, mesmo quando ajustados para estágio da maturação sexual e tipo de intervenção, ao passo que os valores para IMC continuaram inalterados após ajuste. Os resultados deste estudo sugerem, como indicado em outros estudos, que embora a RI esteja associada positivamente com o IMC, a RI na linha de base diminuiu o aumento de peso, pelo menos, nas meninas. A identificação do estado de RI pode ajudar a compreender os efeitos negativos nas intervenções longitudinais destinadas a reduzir o aumento de peso.