Prevalência de resistência insulínica e fatores associados ao tempo de menarca em escolares de Porto Velho e Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gemelli, Ivanice Fernandes Barcellos
Orientador(a): Spritzer, Poli Mara
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/217548
Resumo: Introdução: A puberdade normal está frequentemente associada à ocorrência de um status de resistência insulínica (RI) com aumento compensatório dos níveis de insulina. Neste contexto, na fisiologia do período puberal, ocorrem também mudanças cardiometabólicas, como alterações nos níveis de lipídios, de adipocinas e na pressão sanguínea, com implicações significativas para a adolescente com sobrepeso e obesidade. Atualmente, as evidências indicam que a puberdade é um período crítico para a transição entre a saúde metabólica e a obesidade não saudável. Objetivo: Este estudo teve como objetivo investigar a prevalência e fatores preditores de RI nos períodos peri e pós-menarca, comparando a população estudada em duas capitais brasileiras, localizadas nas Regiões Norte e Sul do Brasil. Método: Trata-se de um estudo transversal, utilizando informações do banco de dados Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), que pesquisou jovens na faixa etária de 12 a 17 anos de idade por meio de um estudo nacional de base escolar e contou com a participação de 73.399 estudantes brasileiros, matriculados em escolas públicas e privadas, de municípios com mais de 100 mil habitantes, de todas as cinco macrorregiões do Brasil, entre os anos de 2013 e 2014. Para esta tese, foram incluídas um total de 889 meninas. Destas, 382 eram de Porto Velho (PVh) e 507 de Porto Alegre (PoA). Foi utilizado o Homestasis model assessment (HOMA-IR) ≥3,16 e insulina de jejum ≥15 mu/L para determinação da variável de desfecho RI. As variáveis preditoras foram: idade, idade da menarca, variáveis sociodemográficas e antropométricas, tabagismo, álcool, atividade física e horas de tela, além dos componentes da dieta. Para as análises bioquímicas, a coleta incluiu insulina, glicemia, lipoproteína de alta densidade (HDL-c), lipoproteína de baixa densidade (LDL-c), triglicerídeos (TG) e colesterol total (CT). A partir da elaboração de um modelo hierárquico conceitual, as associações entre as variáveis foram analisadas por intermédio da razão de prevalência bruta e ajustada por meio da Regressão Múltipla de Poisson. Resultados: As adolescentes das capitais apresentaram resultados semelhantes na prevalência (P) da RI (HOMA-IR, PVh: 18,19%, IC95% 11,67-27,21 e PoA: 23,28%, IC95% 18,27-29,18). As meninas na peri-menarca apresentaram maior RI em ambas as capitais, quando comparadas às meninas na pós-menarca (HOMA-IR Pvh: 28,73, IC95% 13,42-51,17 versus 13,25%, IC95% 8,67-19,71 e PoA: 35,72, IC95% 26,19-46,53 versus 19,15%, IC95% 13,84-25,89). Utilizando modelos ajustados, a associação entre sobrepeso, obesidade e RI foi robusta no Norte (HOMA-IR RP=3,87, IC95% 1,57-9,51). Nas meninas do Sul, todavia, somente a idade foi inversamente associada com RI na peri-menarca (HOMA-IR RP=0,64, IC95% 0,47-0,88). As meninas de PVh e PoA apresentaram diferenças em aspectos socioeconômicos, comportamentais, étnicos e sobrepeso, obesidade. Conclusão: A RI é mais prevalente na peri-menarca. Apesar de maior prevalência no Sul de sobrepeso e obesidade a associação com RI ocorreu apenas na capital do Norte, onde também houve associação com variáveis comportamentais. No Sul, além da RI ocorrer em meninas mais jovens, também a insulinemia é maior na peri-menarca.