Identificação de pontos de corte otimizados para a classificação da insegurança alimentar domiciliar pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar em diferentes grupos populacionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Interlenghi, Gabriela dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4771
Resumo: O objetivo central desta Tese foi examinar a classificação da insegurança alimentar (IA) domiciliar pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) quanto à sua capacidade de separar grupos homogêneos correspondentes a níveis crescentes ordinais de gravidade de IA em diferentes grupos populacionais. Adicionalmente, investigou-se a possibilidade de se classificar adequadamente famílias com crianças e/ou adolescentes (<18 anos) a partir dos 8 itens gerais/de adultos. Os dados derivam de duas pesquisas. A primeira concerne inquérito domiciliar, realizado em 2010, com amostra representativa de 1.105 domicílios de Campos Elíseos, município de Duque de Caxias, RJ (Pesquisa SANDUC 2010). A segunda compreende a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2013 (PNAD-2013), inquérito populacional de abrangência nacional, com amostra final de 116.543 domicílios. Para atender ao objetivo principal, a EBIA foi avaliada em sua versão com 14 itens dicotômicos, tanto na Pesquisa SANDUC 2010 (Artigo 1), como na PNAD-2013 (Artigo 2). Para o objetivo adicional, considerou-se a análise somente dos 8 itens gerais/de adultos nos dados da PNAD-2013 (Manuscrito). Modelos de Análise Fatorial de Classes Latentes (AFCL) foram aplicados às respostas aos itens da EBIA para a identificar pontos de corte capazes de classificar acuradamente grupos latentes correspondentes a diferentes níveis de IA. Os resultados do Artigo 1 indicaram 4 grupos homogêneos de IA, altamente separáveis uns dos outros (entropia= 0,906), cujos pontos de corte determinados por modelagem, no geral, endossam os pontos tradicionais propostos por especialistas. Porém, enquanto que na proposta tradicional famílias com uma única resposta afirmativa são classificadas com IA leve, a AFCL mostrou que estas famílias seriam melhor classificadas se consideradas no mesmo estrato que aquelas sem nenhuma resposta afirmativa. Os resultados do Artigo 2 corroboram os achados do primeiro quanto à classificação de IA. Segundo as análises, os seguintes pontos de corte de máxima separação dos 4 níveis de IA foram identificados para o Brasil: 1/2, 5/6 e 10/11 em domicílios com <18 anos (escore bruto= 0-14 pontos); 1/2, 4/5 e 6/7 em domicílios só de adultos (escore bruto= 0-8 pontos). A partir da análise dos 8 itens gerais/de adultos, os resultados do terceiro estudo mostraram a identificação de um único conjunto de pontos de corte em todos os domínios investigados, independentemente da composição demográfica do domicílio. Estes pontos de corte são os mesmos identificados no Artigo 2 para domicílios só de adultos. Além disso, os achados indicaram de modo transparente a possibilidade de se captar a gravidade da IA em domicílios com <18 anos, mesmo sem utilizar os itens específicos para este grupo. Espera-se que as evidências aqui apresentadas contribuam para as discussões sobre os pontos de corte mais apropriados e a possibilidade de simplificação da medida de IA pelo instrumento em determinados contextos, visando a adequada classificação de famílias e, consequentemente, correta avaliação e monitoramento do problema.