Perfil epidemiológico, susceptibilidade antimicrobiana e virulência de microrganismos corineformes isolados de pacientes hospitalizados

• Ano de defesa: 2017
• Autor(a) principal: Heggendornn, Lorraine Herdy
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas; BR; UERJ; Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
• Palavras-chave em Português: Cross infection; Corynebacteria; Coryneform; Drug resistance; Virulence; Infecções relacionadas à assistência à saúde; Corinebactérias; Corineformes; Susceptibilidade antimicrobiana; Virulência; Infecções por Corynebacterium; Corynebacterium; Infecção hospitalar; CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::MICROBIOLOGIA
• Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14452

As infecções relacionadas à assistência à saúde tornaram-se um grave problema de saúde pública mundial. Espécies do gênero Corynebacterium têm sido relatadas com uma frequência crescente como patógenos nosocomiais, especialmente em pacientes imunocomprometidos. Nesta perspectiva, o presente estudo teve como objetivo identificar microrganismos corineformes isolados de pacientes internados, em um hospital de referência da região serrana do Estado do Rio de Janeiro, determinar o perfil de sensibilidade destes microrganismos e avaliar os padrões de aderência destas cepas em células epiteliais humanas da linhagem HEp-2. Neste sentido, 214 amostras clínicas, provenientes de indivíduos hospitalizados e de espécimes clínicos diversos foram analisadas por metodologia fenotípica tradicional. Dentre as amostras analisadas, 09 bacilos Gram-positivos irregulares (BGPIs) foram isolados. As cepas foram isoladas a partir dos seguintes espécimes clínicos: lavados broncoalveolares (06 cepas), secreção de ferida cirúrgica (01 cepa), hemocultura (01 cepa) e secreção vaginal (01 cepa). A caracterização fenotípica convencional não concluiu a identificação dos isolados estudados. A identificação definitiva das amostras foi realizada a partir da metodologia de Maldi-Tof, a qual identificou gênero e espécie em 100% dos isolados. Os dados indicaram a presença de quatro Corynebacterium accolens (44,45%), três Corynebacterium amycolatum (33,35%), um Corynebacterium minutissimum (11,10%) e um Corynebacterium falsenii (11,10%). Os perfis de susceptibilidade aos antimicrobianos foram verificados através do teste de disco-difusão em ágar (Kirby-Bauer). Os isolados exibiram perfis heterogêneos de susceptibilidade. Corynebacterium amycolatum (amostras 28, 59B e 134) e Corynebacterium accolens (isolado 80) apresentaram perfil multirresistente. Dois isolados (amostras 28 e 134) apresentaram resistência ao imepenem e foram submetidas à avaliação da produção de metalo-beta-lactamase pelo método do disco aproximação. A produção de metalo-beta-lactamase foi detectada em ambas. Para testar as amostras quanto sua capacidade de adesão foram utilizadas células epiteliais HEp-2, que foram submetidas ao período de infecção de 3 horas a 37ºC. Todas as amostras testadas foram capazes de aderir em células HEp-2. O fenótipo mais frequente foi o de adesão agregativa (71%), predominante na espécie C. amycolatum. Este estudo fornece importantes dados epidemiológicos, referentes à prevalência de infecções ocasionadas por corinebactéria na região serrana do Rio de Janeiro. Além disso, contribui para o conhecimento do perfil de susceptitibilidade antimicrobiana de microrganismos comumente subestimados como agentes etiológicos de infecções humanas. Por fim, foram abordados os mecanismos de adesão envolvidos nestas infecções e a necessidade dos profissionais da área da saúde permanecerem atentos à possibilidade de processos infecciosos ocasionados por corinebactérias em diferentes sítios e no ambiente hospitalar, sobretudo amostras multirresistentes aos antimicrobianos comumente empregados na prática clínica.