Saúde e poder no Rio de Janeiro Olímpico (2008-2015).
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4366 |
Resumo: | Nesse trabalho foram narrados os principais acontecimentos da acelerada grande transformação da organização socio-urbana da metrópole do Rio de Janeiro (ocorrida principalmente entre 2007 e 2016), orientada por interesses diretos e indiretos de grandes grupos capitalistas, com participação crucial do Estado, que teve como um de seus catalizadores a realização de uma série de megaeventos (em particular os primeiros Jogos Olímpicos na América do Sul, oficializados em 2009). Dentre o grande número de intervenções urbano-institucionais de cunho político-econômico realizado por forças estatais e não-estatais articuladas - que expressam uma reorganização do poder e dominação entre classes e grupos marcadamente desiguais, suscitando conflitos -, foram enfatizadas na narrativa aquelas ocorridas em áreas onde se justapõe, de um lado, a inflexão na politica de segurança que recebeu o nome de "pacificação" (considerada elemento-chave das mudanças em andamento), e, do lado da política social, a restruturação do setor público de saúde em torno da implementação da Estratégia Saúde da Família e da reformulação da Atenção Primária a Saúde (especialmente no município-núcleo metropolitano, onde foi chamada Reforma da Atenção Primária ). Para estudar a metrópole carioca-fluminense em sua dinâmica atual, utilizaram-se os procedimentos da história do presente e geografia do poder, que permitem mostrar os nexos entre a conformação urbana, os meios de dominação/produção de consenso e organização econômica capitalista, com interessantes implicações político-filosóficas acerca dos mecanismos de poder que interferem na conformação de uma sociedade em permanente conflito, a saber, um genocídio negro/guerra civil, intensificado após o fim da guerra fria. Foi possível, através da análise histórico-geográfica de mapas, alguns produzidos na pesquisa - que levam em conta inúmeros aspectos da região metropolitana (entre eles o conjunto de intervenções realizadas no período) -, diagramar a totalidade socio-espacial contrastando as áreas pacificadas (quase todas dentro das regiões mais ricas do município-núcleo) e não-pacificadas (diferenciando aquelas dentro e fora do município-núcleo). Pode-se concluir, não obstante a melhoria de indicadores socio-econômicos e os discursos de conciliação e integração social e racial (em geral de cunho tecnocrático), a ocorrência de uma crescente separação entre classes-raças-etnias, operada através de uma produção sistemática de violência, dominação e consenso, forma de regulação social adequada as regiões metropolitanas do capitalismo mundial em crise sistêmica, que antevê e se prepara para a explosividade da questão social . |