Células mieloides supressoras e monócitos na resposta à vacina contra o meningococo C em crianças e adolescentes infectados pelo HIV-1

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pereira, Fernanda Mariz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21727
Resumo: A doença meningocócica pela Neisseria meningitidis sorogrupo C é responsável por surtos no Brasil, e estudos indicam que sua incidência é maior entre crianças e adolescentes portadores do vírus HIV. A proteção induzida pela vacina conjugada contra MenC permanece mais baixa nesta população do que em indivíduos HIV-. Apesar da efetiva supressão viral com a Terapia antirretroviral (TARV), persiste um estado de inflamação crônica e evidências de ativação de células T. Embora esteja estabelecido que a resposta imune ao meningococo se efetive através da produção de anticorpos bactericidas, existem poucos estudos sobre a influência de células da imunidade inata na resposta vacinal nestes indivíduos. Células mielóides supressoras (MDSC) constituem um grupo heterogêneo de células cuja frequência tem sido correlacionada com aumento da carga viral e redução na contagem de LT CD4 em pacientes HIV+. O objetivo deste estudo foi caracterizar as populações de MDSC e monócitos em crianças e adolescentes (6 a 17 anos) infectados ou não com o HIV-1 e imunizados com a vacina conjugada MenC-CRM197. Foram obtidas amostras de sangue antes (V1) e após a primeira dose da vacina (V2), e, antes (V3) e após (V4) segunda dose. O intervalo entre as doses foi de onze meses, e o intervalo entre V1 e V2, e V3 e V4, foi de dois meses. Células mononucleares de sangue periférico (PBMC) foram obtidas para a caracterização das MDSC’s e monócitos por citometria de fluxo e após foram correlacionadas com a carga viral e com os títulos de anticorpos bactericidas (SBA) induzidos pela vacina. Foram observadas duas subpopulações distintas de MDSC, CD33hiCD11b+ e CD33lowCD11b+, e três subpopulações de monócitos; monócitos clássicos CD14+CD16- (MC), monócitos intermediários CD14+CD16+ (MI) e monócitos não clássicos CD14intCD16+ (NC). Após a segunda dose (V4) foi observado uma frequência (12,8%) significativamente maior (P=0,038) da população CD33lowCD11b+ entre os pacientes sem TARV comparados àqueles em tratamento (4,7%). Houve uma correlação inversa e significativa entre a carga viral e a frequência da razão obtida entre LT CD4 e MDSC CD33lowCD11b+ antes (r=-0,65, P=0,048) e após a 1ª dose da vacina (r=-0,68, P=0,038). Foi observado uma menor frequência de monócitos clássicos ativados (CD163+) em V4 (5%) quando comparado a V1 (15,9%) e V2 (12,7%) (P=0,010 e P=0,0047, respectivamente). A mesma tendência foi observada para os monócitos intermediários ativados. Observou-se correlações inversas e significativas entre a frequência dos monócitos clássicos de V2 com a carga viral basal em V1 (r=-0,65, P=0,048) e em V2 (r=-0,66, P=0,043). A frequência de monócitos clássicos ativados (CD163+) detectada em V2 também exibiu correlação inversa e significativa com a carga viral tanto de V1 (r=-0,84, P=0,018) quanto de V2 (r=-0,79, P=0,036). Foram observadas correlações negativas entre a frequência de MDSC CD33lowCD11b+ antes da dose reforço (V3) e a frequência de monócitos clássicos e intermediários ativados após a dose reforço da vacina (V4) (r= -0,071, P=0,057 e r=-0,83, P=0,015, respectivamente). A frequência de monócitos não clássicos (CD14intCD16+) apresentou correlação inversa e significativa com os títulos de SBA obtidos após a 1ª dose da vacina (r=-0,70, P=0,022). Estes resultados apontam que o aumento na frequência das MDSC pode estar contribuindo na redução da ativação de monócitos e para uma possível associação com a melhora da resposta vacinal