Avaliação dos diâmetros vasculares retinianos por retinografia com técnica semiautomática de análise da imagem digital em pacientes hipertensos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Chaves, Daniel Nogueira da Gama
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12717
Resumo: A hipertensão arterial sistêmica é uma doença de grande prevalência mundial e no Brasil. A identificação de indivíduos com maior risco de desenvolver lesões de órgãos alvo é crítica para minimizar impactos clínicos, sociais e econômicos. A visualização direta dos vasos retinianos à retinografia parece uma técnica atrativa por sua boa reprodutibilidade em avaliar vasos cuja estrutura se assemelha aos vasos renais, coronários e cerebrais. A técnica da retinografia não-midriática simplifica a obtenção de imagens fundoscópicas. O objetivo do presente estudo foi avaliar os diâmetros vasculares retinianos em hipertensos e analisar as associações com parâmetros da monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA), função endotelial, biomarcadores inflamatórios e perfil metabólico. O estudo foi estudo transversal, com 37 indivíduos hipertensos, sem distinção de gênero e raça, entre 18 e 75 anos. A retinografia foi feita em retinógrafo não-midriático TOPCON NW8®. As imagens foram analisadas por método semiautomático com o software VAMPIRE. Os diâmetros vasculares retinianos foram avaliados através do equivalente da artéria retiniana central (CRAE) e do equivalente da veia retiniana central (CRVE). A relação arteriovenosa (A/V) foi determinada por CRAE/CRVE. A pressão arterial de consultório foi mensurada por método oscilométrico com aparelho automático da marca Microlife® e por MAPA com aparelho Spacelabs®. A função endotelial foi avaliada através da tonometria arterial periférica. A avaliação laboratorial incluiu a determinação dos seguintes biomarcadores inflamatórios e da função endotelial: adiponectina, molécula de adesão celular vascular-1, molécula de adesão intercelular-1, Interleucina 6 e fator de crescimento endotelial vascular. A relação A/V foi maior e o CRVE menor nos indivíduos idosos em comparação com os mais jovens. A pressão arterial diastólica (PAD) de 24h, diurna e noturna obtidas com a MAPA apresentaram associação significativa direta com o CRVE e inversa com a relação A/V e com o CRAE. Após ajustes, o CRAE foi o único parâmetro a manter associação significativa. No subgrupo de pacientes < 60 anos, a relação A/V acentuou sua associação com parâmetros diastólicos além de ter apresentado associação direta com descenso noturno da pressão arterial média (PAM) e da PAD. A CRAE mostrou associação inversa com elevação matinal na PAM. A função endotelial, os biomarcadores inflamatórios e o perfil metabólico não se associaram com a relação A/V, CRAE ou CRVE com exceção dos triglicerídeos que apresentaram associação inversa com o CRAE após ajustes. Os dados encontrados sugerem que a retinografia com análise semiautomática da imagem digital foi capaz de diferenciar subgrupos de hipertensos quando comparada à MAPA, um método com correlação robusta com desfechos duros. Isto gera a hipótese que a retinografia pode ser útil na estratificação de risco e seguimento de pacientes hipertensos.