“Nesse rio corre saber”: Análise do ensino de geografia a partir da geograficidade em duas escolas ribeirinhas do Distrito de Carapajó-Cametá-PA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Gleika Marques da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geografia - Faculdade de Formação de Professores (FFP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19943
Resumo: Nessa pesquisa, a geograficidade é vista como a categoria mais adequada para compreender a existência espacial dos sujeitos. Compreende-se o ribeirinho, sujeito que habita as várzeas, com seu jeito próprio de viver e existir, que possui em seus espaços vividos, elementos que lhes são próprios, os rios, as palafitas, o tipo de vegetação. Identificar esses elementos é um exercício de localização das relações entre esses sujeitos, às espacialidades construídas e suas práticas e saberes tecidos em seu cotidiano. Os alunos das escolas ribeirinhas são possuidores de um saber espacial, uma vez que em seu cotidiano vivenciam o espaço. Nessa perspectiva, a pesquisa tem como objetivo analisar as aproximações entre a geografia vivida pelos ribeirinhos e a que é ensinada em duas escolas do distrito de Carapajó, Cametá-Pa. Para tanto, os instrumentos metodológicos utilizados foram: observação participante, entrevistas, questionários e a análise de conteúdo, o que nos permitiu a obtenção de alguns resultados. Os sujeitos envolvidos na pesquisa foram dois professores que lecionam a disciplina de geografia nas turmas de 6° e 7° ano, os diretores e responsáveis pelas escolas, bem como algumas pessoas que trabalham na Secretaria Municipal de Educação do município de Cametá (SEMED). Essas escolas estão inseridas dentro de um contexto ribeirinho amazônico, em um local com suas especificidades, onde os moradores produzem e reproduzem uma espacialidade. Assim, a investigação permitiu identificar os saberes e práticas que compõem a geograficidade dos sujeitos ribeirinhos que vivem nas comunidades próximas às escolas, e como essas escolas e os professores de geografia em seu trabalho docente articulam essa geografia vivida ao processo de ensino. Dessa forma pode-se concluir que é importante reconhecer os elementos da geografia desses alunos, suas vivências em comunidade, seus contextos familiares, as práticas domésticas, as demais práticas que interferem em suas geograficidades. Tendo isso como pressuposto, é possível que o ensino de geografia ofereça aporte para que os alunos se apreendam como sujeitos de seus espaços, possuidores de conhecimentos. Entretanto, ressaltamos a necessidade de pensar a geograficidade para além da relação com o local, com o vivido. Por isso, um pensar escalar para entender que o sujeito ribeirinho demanda um conhecimento local, mas que necessita estar interligado à leitura global de mundo, para que ele não fique alheio ao mundo que faz parte.